icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Carlos Oliveira, o artesão da música

Há mais de 13 anos produzindo violões para grandes nomes da MPB, luthier Carlos Oliveira conversa com o JORNAL DA PARAÍBA.

Publicado em 27/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:21

“Quem faz a lutheria é porque tentava tocar, mas não conseguia”, define o ofício Carlos Gouveia de Oliveira, que está há mais de 13 anos produzindo artesanalmente violões para grandes nomes da Música Popular Brasileira como Elba, Zé Ramalho, Chico César, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira, Gilberto Gil, Egberto Gismonti, Lenine, Fagner, entre outros.

“Não tenho cliente que só tem um violão feito por mim”, atesta o pernambucano de 52 anos, que se mudou para João Pessoa ainda criança, aos três anos de idade. O cantor Zé Ramalho, por exemplo, já possui seis modelos na sua coleção. Carlos Oliveira está preparando o sétimo para o músico paraibano no seu atelier, localizado no bairro dos Expedicionários, em João Pessoa.

Foi para Zé Ramalho também a peça mais difícil que o luthier fez: um violão em forma de ‘Z’, que demorou dois meses para ficar pronto. “Ele é um ‘Z’ anatômico que fiz cinco tentativas até acertar”, conta.

Essa peça personalizada está na capa do disco Parceria dos Viajantes (2007). Antes, outro instrumento do acervo do artista paraibano que leva a marca Pau-Brasil adornou a capa do CD Zé Ramalho: ao Vivo (2005).

Os instrumentos da sua marca, chamada Pau-Brasil, são exportados para todo o globo, incluindo países da América Latina, Suíça, Estados Unidos e França.

Dentre os trabalhos mais criativos do luthier está um violão de 18 cordas, feito como uma peça só e formado com seis cordas triplas.

“Tenho o mesmo modelo para violões convencionais, mas nunca fica totalmente igual um ao outro”, explica Oliveira sobre o modo artesanal que não permite a repetição do design das peças, oferecendo um caráter exclusivo a cada uma delas. “Quando começo a fazer um instrumento, tenho ideias que ninguém tem, como o violão que fica em pé e não precisa de suporte”.

Geraldo Azevedo, outro cliente assíduo de Carlos Oliveira, tem um violão que é uma homenagem a Elizabeth Taylor (1932-2011).

Grande fã da atriz norte-americana de olhos violeta, o músico pernambucano pediu para ser produzido um instrumento no formato do olho da artista. “Esse violão Geraldo me disse que fica no seu quarto para prontamente pegar quando tem uma inspiração para uma música”.

Dois violões foram desenhados pelo próprio Geraldo Azevedo para o luthier produzir para a sua coleção.

Questionado sobre qual peça personalizada que tentou fazer, mas não conseguiu, Oliveira relembra que chegou a confeccionar um violão em formato de uma mosca para o cantor e compositor carioca Paulinho Moska. “Ele não ficava anatomicamente bom, mas um dia vou conseguir”, persevera o artesão.

UM BOM OUVIDO

Foi há cerca de 20 anos que Carlos Oliveira exercitou pela primeira vez seu trabalho envolvendo a lutheria. “Vi um homem explicando como fazer uma rabeca na TV. Imediatamente peguei um pedaço de faca e, com um pedaço de madeira, fiz a mão do instrumento. Não sabia que sabia fazer aquilo”.

Antes, o ofício de Carlos Oliveira também envolvia talhar a madeira, trabalhando na produção de móveis. Em 2000, frequentou a lutheria do Espaço Cultural José Lins do Rego para aprimorar o trato com a madeira. “Lá ninguém fazia violões, apenas outros instrumentos de corda como violinos e contrabaixos”.

Assim como a curiosidade de moldar uma mão de rabeca por causa de um programa de TV, Oliveira seguiu sua sensibilidade totalmente autodidata para resultar na qualidade de peças aprovada pelo crivo dos artistas da MPB. “Tem violão que já fiquei um mês fazendo”, afirma. “Os mais convencionais eu levo uma semana aproximadamente”.

“Não tocava o tanto que eu queria”, relembra o luthier pernambucano. “Mas sempre tive uma habilidade de afinar os instrumentos. Tenho um ouvido muito bom que vai em cima de cada tom”.

Atualmente, Carlos Oliveira está divulgando a sua arte de produzir instrumentos com a marca Pau-Brasil na internet, através de seu perfil no Facebook.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp