Carnaval: relembre a história de Creuza Pires, fundadora do Bloco da Melhor Idade

Após dois anos sem comemorações, os foliões já começaram a ocupar as ruas em 2023 durante o pré-carnaval em João Pessoa. No ritmo das marchinhas, o JORNAL DA PARAÍBA relembra a história de Creuza Pires, um dos nomes entre as mulheres marcantes dos blocos tradicionais da capital paraibana.

Nesta segunda-feira (13), o Bloco da Melhor Idade, fundado por Creuza Pires, sai nas ruas da capital. Creuza é lembrada por estar sempre feliz independente do período em que estava passando.

O filho de Creuza, Marcos Pires, relembra que a mãe costumava dar festas na casa onde moravam e recebiam pessoas importantes. Depois que a família passou por uma mudança de vida, ela continuou comemorando. "Quando nós perdemos tudo, ela continuou do Carnaval", afirma Marcos.

Após isso, ela não tinha mais condições de participar do Clube Cabo Branco, mas costumava vender cabeça de galo na frente do local. Então as pessoas paravam para tomar o caldo.

Segundo a atual presidente do bloco em 2023, Shilon Gama, Creuza decidiu criar o bloco, porque os idosos ficavam todos em casa e não tinham o que fazer. "Veio o Muriçocas, o Folia de Rua. Ela se filiou e o bloco criou essa dimensão", conta

"Ela pensou que quanto mais os idosos saíssem de casa e interagissem, mais condições de vida e de alegria eles teriam. Por isso que ela sempre movimentava as pessoas da terceira idade pra isso ", afirma Marcos Pires.

Fundadora homenageada

E o bloco ganhou um marco especial, que é o encontro de gerações de foliões. Quando o Muriçoquinhas, bloco das crianças ligado ao Muriçocas do Miramar, e o Melhor Idade se encontram no Busto de Tamandaré, e cruzam os estandartes para festejar juntos.

Após a morte de Creuza, o bloco recebeu o nome "Bloco da Melhor Idade Creuza Pires" em homenagem à fundadora.

O filho Marcos compôs um frevo para a mãe quando soube de sua morte. "A chegada de dona Creuza Pires no céu" é uma homenagem digna da mulher do carnaval e da alegria.

O nosso tempo é curto e nós temos que aproveitar. A Folia não tem idade e a alegria também", afirmou Creuza Pires em entrevista à TV Cabo Branco em 2000.