CULTURA
Celebrando orixás e cultura afro-indígena
Espetáculo de dança e música no Ponto de Cem Réis abre mês de programação em comemoração ao Dia da Consciência Negra.
Publicado em 20/11/2011 às 6:30
Hoje, Dia da Consciência Negra, uma grande festa está sendo preparada no Ponto de Cem Réis para exaltar a cultura afro-indígena e preservar a memória dos povos que tiveram papel fundamental na construção da identidade nacional.
Os protagonistas desta festa são os mais de 20 grupos populares da Paraíba que participam do Auto dos Orixás, celebração que tem à frente o Grupo Raízes, um projeto do Ateliê Multicultural Elioneai Gomes.
Segundo Danylo Aguiar, um dos promotores do evento, o Auto dos Orixás será responsável pela abertura de um mês de atrações que inclui, na próxima semana, um baile afro em homenagem à cantora Clara Nunes e uma exposição do fotógrafo Gustavo Moura, uma das lentes mais ativas do estado, no fim do mês.
"O Auto... é um ato público que tem como estratégia o fortalecimento dos grupos que trabalham com a matriz da cultura afro-indígena", explica Aguiar. "Com este espetáculo que une dança, música e percussão pretendemos desconstruir preconceitos e contar a verdadeira história do povo brasileiro, que também sofreu a opressão que nossas minorias sofreram ao longo dos séculos".
Entre os convidados para a iniciativa, estão o Coral Voz Ativa, o Grupo Capoeira Angola Palmares, Tutu Carvalho, Baticumlata, Capoeira Angola Orun Aiyê, Débora Vieira, Urso Batucada, Tambores do Forte, Evelyne Vilhete, Indios Pele Vermelha, Grupo Dinâmico Cultural, Gel Carvalho, Andila Nahusi, Laíla Alana, Escola Mukambu de Capoeira Angola, Severino Ramos, Clube do Samba de Mesa, entre outros.
"Os orixás, divindades africanas, têm sido associadas a arquétipos demonizados, o que é parte de um projeto de opressão social que acaba incutindo o medo do desconhecido nas pessoas", sublinha Danylo Aguiar.
Por intermédio da cultura, o Ateliê Multicultural Elioneai Gomes quer romper com estes arquétipos. No próximo sábado, por exemplo, ocorre o 10º Baile Afro em sua sede, na ladeira da Borborema. A edição será dedicada a Clara Nunes, a primeira cantora brasileira ultrapassar a marca de 100 mil cópias vendidas com seus discos.
É também na ladeira da Borborema que Gustavo Moura expõe Talhado na Memória, coletânea de fotos da comunidade quilombola Serra do Talhado feita em um intervalo de cinco anos. A mostra individual fica em cartaz do próximo dia 30 até o dia 20 de dezembro, com entrada franca.
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