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CULTURA

Centenário da ‘rainha do cangaço’ é comemorado hoje

Nesta terça, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, também se celebra o centenário de nascimento da primeira mulher a atuar no cenário do cangaço: Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita.

Publicado em 08/03/2011 às 10:30

Audaci Júnior
Do Jornal da Paraíba

No final do Império, seguido da grande seca no Sertão nordestino de 1877-1879, a miséria e a violência eram pungentes, o que viabilizou, em face da luta pela própria sobrevivência, o surgimento dos primeiros bandos armados independentes do controle dos coronéis. Entretanto, a Era do Cangaço só toma vulto na República, com a figura de Virgulino Ferreira da Silva, o famigerado Lampião.

Nesta terça, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, também se celebra o centenário de nascimento da primeira mulher a atuar no cenário do cangaço: Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita.

Ledo engano quem pensava que por causa das datas, ela poderia ser um símbolo de luta da mulher por seus direitos na época. Segundo o historiador João de Sousa Lima, as mulheres não tinham uma função específica no bando de cangaceiros, servindo apenas como ‘adornos’ para joias e o ouro presenteados pelos companheiros, uma espécie de ‘status’ social na esfera do banditismo.

Até o final dos anos 1920, Lampião não aceitava mulheres no grupo, mas quando conheceu a baixinha, rechonchuda, olhos e cabelos castanhos, mudou sua opinião e permitiu outras do sexo feminino. Mais curioso ainda, de acordo com João de Sousa, era o papel doméstico no cotidiano do bando: os homens cozinhavam, lavavam e costuravam. Na arte da linha e agulha, havia grandes cosedores masculinos, como o Luiz Pedro, que morreu depois de tentar fugir.

Maria Bonita nasceu em uma fazenda em Santa Brígida, atual Paulo Afonso, na Bahia. Era uma dos 12 filhos de José Felipe de Oliveira e Maria Joaquina Déia. Teve um casamento conturbado, aos 15 anos, com um sapateiro. Durante uma das separações de seu marido, que conheceu Lampião e bordou as iniciais dele em um lenço. A paixão fez com que ele a aceitasse no bando e fez com que ela abandonasse tudo para acompanhá-lo à margem da lei até a morte.

Em 28 de julho de 1938, foi degolada ainda viva pela volante em uma emboscada, em Sergipe, assim como Lampião e seu grupo.

Casa de Maria Bonita

Natural de São José do Egito (PE), membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e autor do livro A Trajetória Guerreira de Maria Bonita - Rainha do Cangaço (1999), João de Sousa Lima relata que a sua alcunha, difundida até hoje, não foi conhecida pela própria. “No bando, ela era a ‘Maria de Lampião’, ‘Maria do capitão’ ou ‘Maria de Déia’ (sua mãe). Com a propagação dos violeiros cordelistas, posterior a sua morte, veio o apelido de Maria Bonita”, elucida o pesquisador.

O pernambucano é coordenador do museu localizado no povoado Malhada da Caiçara, zona rural do município de Paulo Afonso, especificamente na outrora residência da jovem Maria.

A ideia surgiu quando João de Sousa se deparou com o abandono do casebre quando realizava pesquisas e entrevistas para seus livros sobre a temática. O acervo é composto por vários punhais e pertences de ex-cangaceiros. Possui também estátuas de barros e de madeira, potes, candeeiros, lamparinas e fotografias de arquivo.

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Jornal da Paraíba

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