CULTURA
Céu na sala de estar
Cantora, que fará show em João Pessoa em março, fala sobre o DVD aconchegante que marca seus 10 anos de carreira.
Publicado em 03/02/2015 às 6:00 | Atualizado em 23/02/2024 às 15:59
Céu está arrumando as malas para voltar a João Pessoa. Traz na bagagem, para o show do dia 28 de março, no Esporte Clube Cabo Branco, a turnê ‘Caravana Sereia Bloom’, registrada no CD/DVD Céu ao Vivo (Som Livre, R$ 29,90), lançado no finalzinho do ano passado. Os ingressos já estão à venda ao preço promocional de R$ 30,00 (mais taxa) exclusivamente no www.eventick.com.br.
Não faz muito tempo, Céu esteve na Paraíba. Foi em julho do ano passado, no Festival de Artes de Areia. Lá, o show era outro, ‘Catch a Fire’, apresentação em que a cantora reinterpretava, na íntegra, o seminal disco de Bob Marley. Ela diz que não tem o menor interesse de incluir esse projeto na sua discografia, mas há um belo registro dele, editado pelo Canal Bis, disponível integralmente no YouTube.
Agora, Céu volta com seu próprio repertório, tomando por base o DVD recém-lançado. “A gente muda um pouquinho, dependendo do lugar. Se é no teatro, com as pessoas sentadas, a gente faz um repertório calminho. Se é num lugar onde o público está de pé, a gente faz um show pra dançar”, explica a cantora, por telefone.
O DVD celebra os primeiros 10 anos de carreira de Céu. Dirigido pelo coletivo Wolfpack (o mesmo do DVD de Marcelo Camelo), ele capta a cantora em momento malemolente, no palco do Centro Cultural Rio Verde, em São Paulo, no qual desfila seu cancioneiro pautado por uma MPB cool, que partiu de uma trip-hop tupiniquim do primeiro trabalho para um aproach com ritmos do Pará e música brega no Caravana Seria Bloom (2012).
“O DVD foi gravado num dia, sem ensaio de gravação, sem nada”, revela Céu. “Eu queria dar um tom aconchegante ao DVD. Tem a ver com a estética do Caravana..., mas também que desse para, quem tá em casa, se sentir próximo ao show, entrar nos bastidores.
Eu acho mais interessante um DVD assim do que com show gigante, não tirando o mérito disso, mas acho que, pra agora, deveria ser algo mais aconchegante, intimista mesmo”.
Céu, que assina a direção musical, diz que montar o repertório foi difícil. Ela teve como tarefa selecionar 24 músicas (que no CD se resume a 15) de um universo de 40, registradas em seus três CDs, além de versões consagradas em seus shows.
“Tinha música que a gente nem tocava mais e trouxe pro DVD, como ‘Bubuia’, porque tem uma demanda de fãs que gostam dela”, exemplifica.
Está lá quase todo Caravana Sereia Bloom, terceiro e mais recente disco da cantora. O repertório também é farto de canções de Vagarosa (2009) e traz os hits do disco de estreia, Céu (2005), como ‘Malemolência’, ‘Rainha’ e ‘Lenda’.
Além disso, há versões para ‘Visgo da jaca’, de Martinho da Vila e lançada por Céu somente em single, ‘Mil e uma noites de amor’, de Pepeu Gomes, e ‘Concrete jungle’, de Marley, gravada por ela no primeiro disco.
‘Mil e uma noites de amor’, lançada por Pepeu em 1985, entrou no repertório de Céu através de um carnaval no Recife. “A gente queria incluir, no repertório, um desses oitentistas e quando a gente tocou (‘Mil e uma noites...’), foi incrível. A gente acabou se apegando à canção e nunca mais conseguimos parar de tocar”, confessa a cantora, fã da música produzida nos anos 1980.
O DVD, que abre com um singelo interlúdio de 'Palhaço', de Nelson Cavaquinho, ainda traz os videoclipes de ‘Grains de beautê’, ‘Cangote’, ‘Retrovisor’, ‘Streets bloom’ e ‘Baile da ilusão’ como material extra.
DISCO NOVO
Três anos depois de lançar Caravana Sereia Bloom, Céu começa a rascunhar o próximo projeto. “Na verdade, eu nunca paro de trabalhar, de escrever, mas lá pro final do ano eu devo lançar (o novo trabalho)”, confidencia a cantora, que ainda não definiu uma direção para ele.
Em três discos, Céu mostrou que gosta de se reinventar a cada trabalho. "Eu tenho um inquietamento como ser humano, como pessoa, uma coisa que me motiva, me impulsiona para melhorar, para crescer. Isso sempre gera uma busca por uma novidade", reflete.
Ela admite que pode se deixar influenciar pelo que escuta quando está trabalhando em um novo disco. E o que a moça anda ouvindo? "Eu ando ouvindo bastante o disco da irmã da Beyoncé, Solange. Acho a produção (de True, lançado em 2012) super interessante, tem uma coisa meio crua no soul que ela faz. Também tenho ouvido o produtor dela, o Blood Orange. E tô num super revival do Nirvana. Mas eu vou mudando. Só não deixou de ouvir as coisas que eu sempre ouvi, as coisas brasileiras, coisas da Jamaica".
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