Chico, Paul e heavy-metal agitam o NE

Foi-se o tempo em que assistir a bons shows estava atrelado a pegar um avião e encarar o eixo Rio-São Paulo. O Nordeste, há um tempo, tem demarcado território e mostrado que pode, sim, receber grandes apresentações.

Este final de semana, apesar de atípico pela quantidade de atrações, exemplifica bem essas afirmações. A partir de hoje, apresentam-se na região grandes nomes da música nacional e internacional.

Todas essas oportunidades estão concentradas em Recife (PE) e em São Luís (MA), onde acontecem, quase simultaneamente, shows de Chico Buarque, Los Hermanos, Paul McCartney e o festival Metal Open Air. Sem contar as apresentações do Cirque du Soleil, que estão em cartaz na capital pernambucana até domingo.

É Chico quem abre a temporada de shows hoje à noite, em Recife. Lourdinha Botelho, que vai assistir ao show acompanhada da filha, Janaína e do neto, Ucla, está ansiosa para rever o ídolo, que considera o maior compositor do Brasil. "Estou muito feliz por levar, agora, a terceira geração para vê-lo”, revela emocionada.

E a emoção não vai ficar só por conta de Chico Buarque. No sábado, neto e avó encaram o Arruda lotado para prestigiar o ex-beatle Paul McCartney, feliz surpresa de 2012 ao anunciar mais shows no Brasil e, dessa vez, no Nordeste.

Diante de tantas opções, o jeito é abrir a carteira e tomar fôlego para prestigiar mais de um show, como eles vão fazer.

A estudante Virgínia Milanesi vai ver Los Hermanos no Abril Pro Rock e no dia seguinte, volta acompanhada da mãe para ver Paul. "Ter a oportunidade de ver um ex-Beatle, e ainda rever os LH, vai valer muito a pena", comemora.

Para os que decidiram ir ao Maranhão bater cabeça no Metal Open Air, a pluralidade está nas atrações do festival. De Megadeth, passando por Symphony X e Blind Guardian, São Luís sedia o seu primeiro grande festival de metal.

Para assistir a todas essas bandas, o estudante José Pereira, de Campina Grande, vai ter que enfrentar um voo saindo de Recife, com conexão em Fortaleza, para, só enfim, chegar à cidade dos shows.

Mesmo assim, só enxerga os benefícios. "Se eu pensar que, antes, eu teria que gastar bem mais com passagem para assistir a algo desse nível, esse tempo de voo não vai ser tão ruim", analisa.

Bem ou mal, todos acham que estão percebendo potencial nordestino para receber shows desse porte. "É bom que vejam que público aqui tem, e muito. Assim os shows vão continuar vindo para cá", declara Pereira.

Apesar dos ingressos salgados, ser tudo tão perto acaba compensando. A passagem, que antes era gasta para assistir tudo isso no Sudeste, foi reduzida ao preço da van bate e volta, no caso de Recife, e um preço mais amigo no aéreo, para o Maranhão.