CULTURA
Choro e vela na fita
'Duduta e Seu Regional' tocam o melhor do chorinho no projeto Sabadinho Bom deste sábado (6) na Praça 'Rio Branco'.
Publicado em 06/10/2012 às 6:00
A alma de Noel Rosa talvez vague meio contrariada por João Pessoa neste sábado. Ela que, nos versos do Poeta da Vila, não queria "choro nem vela" na posteridade, vai ser evocada justamente assim na tarde de hoje: com chorinho no Sabadinho Bom e muito fogo no Samba da Vela.
Na Praça Rio Branco, a partir das 12h, Duduta e Seu Regional tocam o melhor do chorinho no projeto de sábado da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).
Duduta, que já tocou com toda a velha guarda da música brasileira, de Luiz Gonzaga a Gordurinha, comemora 57 anos de trajetória com um repertório de pérolas de 'chorões' como Jacob do Bandolim e Pixinguinha.
Acompanhado de sete músicos, Duduta empunha o cavaquinho e o bandolim para prestigiar também um cancioneiro formado por Samba, valsa, frevo e baião. Participam da banda, além dos membros oficiais, os convidados Sarayva de Boqueirão (sax e flauta) e Pedro Mago (violão de sete cordas) dão o ar de sua graça.
Já a terceira edição do Samba de Vela aposta na chama da cantora Gabriella Villar para manter acesa a vela na choperia Villa São Paulo (Bessa), a partir das 16h. Villar participa do famoso rito junto com a banda Pura Raiz e o Mestre Mirandinha.
A cantora é graduanda em canto da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e escolheu desenvolver um repertório fincado na tradição de autoridades como Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Cartola, Adoniram Barbosa, Chico Buarque e Martinho da Vila.
Segundo a assessoria de imprensa do evento, inspirado no formato original criado há 20 anos em São Paulo, as três primeiras apresentações do Samba da Vela integram um 'ciclo de pré-estreia' da temporada, que será aberta oficialmente no próximo mês, com uma programação fechada até a alta estação.
Gabriella Villar exalta a ideia: "A chegada do Samba da Vela em João Pessoa é extremamente importante porque, como artista e amante do samba, sofro muito com a diluição do gênero naquele tipo de pagode essencialmente comercial, massificado, de letras erotizadas e arranjos previsíveis, que tomou conta da indústria fonográfica", critica a intérprete.
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