CULTURA
Cinemas da Paraíba representam apenas 1,2% do total de salas do Brasil
Em 2017, apenas cinco das 223 cidades paraibanas tinham cinema.
Publicado em 25/10/2018 às 7:00 | Atualizado em 25/10/2018 às 17:26
A Paraíba é a a 17ª unidade da federação em número de salas de cinema no Brasil. O dado é do relatório estatístico anual da Agência Nacional do Cinema (Ancine), referente a 2017 e divulgado na terça-feira (23). Segundo os números, no ano passado o estado tinha 38 salas para a exibição da sétima arte, o que representava apenas 1,2% do total do país.
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O relatório da Ancine aponta que apenas 5 das 223 cidades da Paraíba possuem cinema, ou seja, 2,24% do total de municípios. A grande maioria das salas está concentrada em João Pessoa, que conta com 27, divididas em cinco complexos. Segunda maior cidade paraibana, Campina Grande tem só cinco salas. As outras ficam em Guarabira, que conta com três; Patos, com duas; e Remígio, com uma. Um novo cinema foi inaugurado em Solânea no final do mês de setembro, mas como os dados são de 2017, ele não aparece na lista.
O levantamento da Ancine coloca a Paraíba com uma média de mais de 100 mil habitantes por sala. A população estadual é de 3,9 milhões, segundo o IBGE.
Salas em shoppings e na rua
Quase todas os cinemas da Paraíba estão situados em shoppings. A única é exceção é o Cine RT, que funciona 'à moda antiga', no Centro de Remígio, desde 2012. A cidade é também a única não considerada polo entre as que contam com cinema na Paraíba. A nível de comparação, municípios como Sousa, Cajazeiras e Monteiro, por exemplo, não contam com salas.
“Podemos dizer que Remígio está se destacando [no mercado cinematográfico]. É uma cidade com menos de 20 mil habitantes e que tem o único cinema de rua, podemos chamar assim, da Paraíba”, afirma Regilson Cavalcante, proprietário do Cine RT.
Regilson defende um maior processo de interiorização dos cinemas na Paraíba. “Isso depende do interesse dos empreendedores. As pessoas abrem salas de exibição apenas tendo em vista a questão comercial, financeira, não se busca a paixão pela cinema”, diz. “ Muitas vezes, cidades pequenas, como Remígio, não contam com uma receita considerável, o poder aquisitivo da população é baixo”, completa.
Concorrência x Crescimento
Apesar do número de cinemas da Paraíba ser considerado baixo, houve um crescimento nos últimos. O recorte histórico dos dados da própria Ancine mostra que eram 25 salas, em 2011. Houve um aumento de 52% em 2017.
“O mercado está crescendo, mas o streaming também está crescendo muito. Isso acaba tendo uma competição, uma concorrência. O público não tem mais o costume de ir ao cinema e também tem a pirataria que atrapalho muito”, afirma Walber Julio, Gerente de Operações da rede que se instalou em Guarabira no ano de 2016.
Para Walber Julio, o custo para se abrir um cinema também é um elemento que impede a expansão do mercado para outras cidades, principalmente do interior. “Também tem que se fazer uma pesquisa do mercado, tem que se contar com a presença do público, tem que ser estratégico”, pontua.
Novas salas em vista
Ainda sobre a interiorização, Walber ressaltou que a rede em que trabalha abriu, há menos de um mês, um cinema no Centro da cidade de Solânea. Elevando o número de salas para 39, em seis cidades, e também estuda a possibilidade de uma incursão em Sousa.
Além disso, quatro novas salas vão funcionar em um shopping de Patos, que deve ser inaugurado ainda este ano. Com isso, a cidade sertaneja passará Campina Grande em quantidade em locais de exibição, indo a seis.
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