Colegas ganha o Kikito

Após verem o filme Thelma & Louise (1991), filme de Ridley Scott onde Geena Davis e Susan Saradon resolvem abandonar suas vidas ganhando as estradas dos Estados Unidos, Stalone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pokk) e Márcio (Breno Viola) decidem fazer o mesmo e roubam o veículo do jardineiro (Lima Duarte) para realizar seu próprio ‘filme de estrada’ – ou ‘road movie’, como dizem na terra de Hollywood.

O paulista Colegas, de Marcelo Galvão, a história dos três amigos portadores da Síndrome de Down, recebeu o troféu Kikito de Melhor Filme na 40ª edição do Festival de Cinema de Gramado

Uma surpresa, já que todos esperavam o pernambucano O Som Ao Redor, de Kléber Mendonça Filho, filme protagonizado pelo artista paulista radicado na Paraíba W.J. Solha e que havia abocanhado no festival os prêmios de crítica e júri popular (eleito através de uma comissão composta por leitores de jornais de todo o país), além de levar os troféus de Melhor Direção e Melhor Desenho de Som. O longa de Galvão tinha como saldo positivo na noite do último sábado uma estatueta de Melhor Direção de Arte e um prêmio especial do júri concedido para os protagonistas.

O jornalista e apresentador de TV Pedro Bial foi escolhido Melhor Roteirista pelo documentário Jorge Mautner - O Filho do Holocausto, que ganhou também os Kikitos de Montagem e Fotografia. Dirigido por Bial e Heitor D'Alincourt, o filme retrata a trajetória do compositor, violinista, poeta, escritor e cantor carioca, filho de pai judeu e mãe católica, que chegaram ao Brasil fugindo do regime nazista.

Para a veia dramática, os prêmios de interpretação foram dados ao ator Marat Descartes, que interpreta um ator dedicado lutando para sobreviver em São Paulo em Super Nada, segundo longa de Rubens Rewald, e à atriz Fernanda Vianna, que vive uma das três mulheres afetadas pela perda de seus filhos no drama O Que Se Move, estreia do montador e roteirista Caetano Gotardo na direção.

Na mostra latina, cinco estatuetas foram para o uruguaio Artigas, La Redota, entre elas de Melhor Filme do júri oficial, popular e da crítica.

O diretor César Charlone se lançou no cinema em terras brasileiras como diretor de fotografia, inclusive ganhando uma indicação ao Oscar pelo seu trabalho em Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles. Como realizador, dirigiu também a comédia O Banheiro do Papa (2007).