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CULTURA

Com quatro décadas de carreira, Elba Ramalho lança 'Do Meu Olhar Para Fora'

No novo álbum volta à sonoridade pop contemporânea de 'Qual o Assunto Que Mais Lhe Interessa?' 

Publicado em 05/04/2015 às 8:00 | Atualizado em 16/02/2024 às 11:02

“Enquanto há vida, há aprendizado”. As palavras de Elba Ramalho refletem a sua bravura ao adentrar por caminhos mais ousados na música. Com quatro décadas de carreira, a cantora lança Do Meu Olhar Para Fora (Coqueiro Verde, R$24,90), álbum que traz a mistura dos sons dos metais com tambores e acordeon, em uma batida contemporânea.

A sonoridade pop-rock-eletrônica do novo álbum, o 33° de sua discografia oficial, ficou a cargo do filho, Luã Mattar, e de Yuri Queiroga, os produtores do CD. "O mais legal de tudo foi ter sido incentivada por eles a ousar", revela a cantora.

Em conversa com o JORNAL DA PARAÍBA, a paraibana conta que o disco foi trabalhado nos mínimos detalhes. Primeiro, a reforma do estúdio em sua casa, onde ele foi gravado.

Depois, a escolha de trazer o olhar contemporâneo de Yuri, com quem já havia trabalhado em 2007 no premiado disco Qual o Assunto que Mais Me Interessa? (Ramax/Atração Fonográfica). Fechando com a presença do filho pela primeira vez produzindo um trabalho dela. "Estava empolgada para trabalhar em casa. Eu precisava de uma renovação sonora. O Luã tem personalidade própria. O Yuri é um garoto muito antenado e muito legal de trabalhar", conta.

O repertório do disco foi garimpado lentamente. Entre fados nordestinos, maracatus e samba, a cantora conseguiu construir um trabalho eclético e bem regional.

Dentro desta perspectiva, o destaque vai para as canções de Dominguinhos. São duas inéditas: 'Olhando o coração', feita em parceria com Climério Ferreira, e 'Um passarinho enganador', em parceria com Fausto Nilo.

Segundo a cantora, ainda vivo Dominguinhos a alertou que estava deixando algumas músicas inéditas com o compositor Adelson Viana, em Fortaleza. "Eu corri pra ele, que me enviou quatro músicas e delas escolhi as duas que estão no disco".

O ‘Passarinho enganador’ teve a participação da cantora portuguesa Carminho. O convite surgiu após uma apresentação assistida por Elba. "Fiquei encantada com aquela voz".

Carminho canta o prólogo da canção de Dominguinhos, 'Nos ares de Lisboa', o verdadeiro fado português. Em seguida entra a parte do fado nordestino composto pelo pernambucano. "Só ele poderia ter feito a música com essa intensidade melódica e harmônica, com essa singeleza que traz, ao mesmo tempo, uma força dramática".

Reparando um erro, que diz ter cometido há um pouco mais de dez anos, Elba traz no novo disco a releitura de ‘Contrato de separação’, um clássico de Dominguinhos.

O erro, segundo ela, foi não ter gravado no disco Elba Ramalho e Dominguinhos - Baião de Dois (2005) a música que tanto admira. “Lembro bem, ao finalizar o álbum, que encontrei o Dori Caymmi e contei pra ele sobre o trabalho. Ele perguntou se eu tinha gravado ‘Contrato de separação’ e, na hora, percebi que tinha deixado de fora uma das canções mais bonitas de Dominguinhos”.

A voz marcante de Elba foi acompanhada pelas notas do acordeon de Toninho Ferragutti e pelo som do contrabaixo de Ney Conceição. A presença de cordas finalizou a nova versão da música que já foi imortalizada na voz de Nana Caymmi em 1979.

Foram gravadas 20 músicas, mas desde a idealização de O Meu Olhar Para Fora, Elba queria um disco com apenas 12 faixas. Entre o forró inédito de Evaldo Gouveia, uma música de Siba e outra do Gereba, ela garante que o material não utilizado neste trabalho não vai se perder. Quem sabe não entra em um próximo disco?

Segundo a cantora, o critério de escolha para este repertório não foi uma tarefa fácil. “Optamos pelas canções que tinham um apelo musical mais forte, que estavam mais integradas comigo, com o meu canto, e que eram mais surpreendentes”, explica.

Surpreendente mesmo é toda a composição do novo trabalho de Elba Ramalho que tem a presença forte dos metais da Spok Frevo Orquestra nos arranjos de músicas como 'Risoflora', regravação do manguebeat de Chico Science & Nação Zumbi, e 'Fazê o que?', de Pedro Luís e a Parede.

Agraciada com composições inéditas, a cantora ganhou de presente de Zélia Duncan e Dani Black a música ‘Só pra lembrar’, que traz na flauta de Dirceu Leite a lembrança do universo dos Pífanos de Caruaru (PE). “A Zélia disse que a letra era muito parecida comigo. A gente sempre cantou juntas em show, mas eu nunca tinha gravado uma composição dela”.

Outro presente veio do conterrâneo Chico César, que sob encomenda compôs a música 'Patichuli'. “Essa foi uma intimação”, brinca.

Dinâmica e inquieta, Elba Ramalho não pára de se reinventar em sua música. Ela diz que até o seu “último suspiro” irá se renovar o tempo inteiro sem deixar de lado o seu jeito nordestino, que ela chama também de universal.

Show em tributo a Luiz Gonzaga será lançado em DVD

Com o álbum recém lançado, a turnê 'Do Meu Olhar Pra Fora' estreia no dia 22 de abril em São Paulo. De lá, o show passa por Brasília e Rio de Janeiro. Elba Ramalho diz que após se apresentar nas três cidade, ela trará a turnê para o Nordeste.

Para o segundo semestre, a cantora planeja voltar com o espetáculo 'Cordas, Gonzaga e Afins'. O show de grande poder artístico, com cenário e iluminação bem trabalhados, foi patrocinado pelo Projeto Cultural Natura e percorreu sete cidades brasileiras.

A apresentação em Recife foi registrada e, ainda este ano, será lançado em CD e DVD. “O material já está pronto”, garante a cantora.

Elba Ramalho traz para o palco versões da música de Luiz Gonzaga, acompanhada de uma orquestra com 16 músicos. A cantora lamenta não ter incluído a Paraíba no roteiro de apresentações, mas adianta que para a volta da turnê ela pretende incluir Campina Grande e João Pessoa. “Eu quero demais que este espetáculo seja apresentado aí. A montagem é belíssima. O público da Paraíba merece assistir. É emocionante o show”.

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Jornal da Paraíba

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