Concerto com base em revolucionários é apresentado hoje

“Eles foram pedagogos revolucionários! O mundo mudou ao redor por causa deles também”, atesta o regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB), Alex Klein, que estará mais uma vez à frente dos músicos para um novo concerto oficial nesta quinta.

O alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), o austríaco Franz Joseph Haydn (1732- 1809) e o paraibano José de Lima Siqueira (1907-1985) estão no repertório da noite, que será apresentado gratuitamente às 20h, no Cine-Teatro Bangüê do Espaço Cultural, em João Pessoa.

“O que Beethoven tem a ver com José Siqueira?”, indaga o maestro, que mostrará a resposta em uma palestra antes da apresentação, às 19h, no mesmo local. “Está sendo bem recebida pelo público”, garante Klein, que fez pela primeira vez tal experiência semanas atrás por aqui. “Isso já é comum em muitas orquestras do país. As análises não são muito profundas para o mais leigo se aproximar do entendimento do concerto.”

As obras apresentadas contêm um grande teor histórico e político. O programa iniciará com a peça "Abertura Egmont" (1809), de Beethoven, em que o compositor alemão demonstra sua insatisfação com o Imperador Napoleão Bonaparte, após ter apoiado o general em suas conquistas militares.

Será orquestrada também a “Sinfonia n° 104” (1795), a última sinfônica de Haydn, que lecionou composição a Beethoven.

Contemporâneo de Mozart, o austríaco foi um inovador musical que teve um pé no Brasil através do seu aluno Sigismund Neukomm, que veio ao Rio de Janeiro no começo do século 19, passando o classicismo vienense para José Maurício Nunes Garcia (1767-1830).

Encerrando o concerto, a execução da peça "Divertimento n° 2 para orquestra de câmara" (1967), do paraibano José Siqueira.

“Normalmente sua obra é livre e bem nordestina”, analisa Klein, atentando pela agressividade e dureza na composição que será apresentada, reflexo da época da Ditadura Militar no país.

O regente adianta que o próximo concerto da OSPB terá a participação especial do baiano Ricardo Castro, que executará o “Concerto para piano n° 2”, do alemão Johannes Brahms (1833-1896). Uma das mais belas peças para piano ou qualquer outro instrumento, segundo Klein.