Confira 15 lançamentos de 2015

O ano editorial começou com uma notícia surpreendente: segundo o Financial Times, a venda de livros de papel nos EUA, Reino Unido e Austrália subiu em 2014, superando as previsões de quem acenava para um encolhimento do setor, devido à crescente inserção dos livros digitais.

No Brasil, de olho em um mercado aquecido, as editoras começaram a divulgar os calendários de lançamentos para 2015. O JORNAL DA PARAÍBA fez uma pesquisa na agenda das principais delas e divulga a seguir o resultado.

Já agora em janeiro a editora Intrínseca tem uma grande novidade: vai publicar o novo livro de Lionel Shriver, autora de Precisamos Falar Sobre Kevin (2003): a escritora segue em seu projeto de crítica à sociedade americana contemporânea com A Nova República, sobre um jornalista que trabalha como correspondente internacional.

Impulsionada pelo Nobel e pela repercussão do atentado terrorista em Paris, a editora Record lança três livros do francês Patrick Modiano a partir de fevereiro: Remissão da Pena, Flores da Ruína e Primavera de Cão.

A editora também reserva surpresas na área da ficção nacional. Raimundo Carrero lança dois livros nos próximos meses: o romance de fundo biográfico O Senhor Agora Vai Mudar de Corpo, sobre sua experiência após sofrer um AVC, em 2010, e a antologia de contos Nordestes, com autores pernambucanos.

A Record publica também o novo romance do jovem Marcos Peres: Que Fim Levou Juliana Klein? promete suceder O Evangelho Segundo Hitler (2013), ganhador do Prêmio São Paulo de Literatura no ano passado.

Da turma da Granta, Ricardo Lísias, que passou pelo selo Formas Breves com Delegado Tobias (2014) segue no conto com a coletânea Concentração e Outros Contos, pela Alfaguara.

Outros dois brasileiros estão com livros no gatilho das editoras: o escritor e tradutor Caetano Galindo (Prêmio APCA pelas traduções de Graça Infinita e Ulysses) e o romancista e poeta Paulo Scott. O volume de contos Ensaio Sobre o Entendimento Humano, de Galindo, sai pela Cia. das Letras; O Ano em que Vivi de Literatura, de Scott, sai pela gaúcha Foz.

A Cia. das Letras ainda volta a trabalhar outros incensados nomes de seu catálogo: Jonathan Franzen solta em setembro o aguardado Pureza e Mo Yan se sai ao longo do ano com dois romances: Rãs e Sorgo Vermelho, traduzidos por Amilton Reis, mesmo tradutor de Mudança, que saiu em 2013, um ano após o chinês ganhar o Nobel.

A literatura hispano-americana marca presença na lista com dois destaques, ambos revelados pela Cosac Naify: o espanhol Enrique Vila-Matas e o chileno Alejandro Zambra (os dois, por coincidência, dividiram mesa na Flip, em 2012). Vila-Matas retorna com Não há lugar para a lógica em Kassel; Zambra adere definitivamente às narrativas breves (embora seus romances sejam tão diminutos) com o compilado de contos Meus documentos.

Paraibanos estão no prelo

Quem está de contrato assinado com a Cosac Naify é o artista plástico José Rufino, que vai estrear na literatura com os contos de Afagos. De acordo com a coluna Valor, a editora já aprovou a capa da edição e a diagramação dos textos, além de firmar compromisso para um volume dedicado a sua série de desenhos Cartas de Areia.

À procura de editora, Roberto Menezes finalizou a primeira versão de Julho é um Bom Mês para Morrer, que se passa na João Pessoa da década de 1990. Segundo ele, a ideia é submeter os originais à apreciação das editoras de circulação nacional.

Mesmo projeto de Marília Arnaud, que finalizou o romance consecutivo a Suíte de Silêncios (publicado pela Rocco em 2012). Enquanto espera a resposta das editoras, Marília faz mistério sobre o título.

Débora Ferraz, atual ganhadora do Prêmio Sesc, está desenvolvendo a história do seu segundo romance, sobre uma mulher que decide tatuar o corpo inteiro, seu projeto de doutorado em Escrita Criativa na PUCRS.