CULTURA
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Estreando em João Pessoa no CinEspaço, Marighella (Brasil, 2011) mostra, com narração de Lázaro Ramos, a radiografia do militante.
Publicado em 24/08/2012 às 6:00
“Seria uma falsidade, um jogo sujo com o público”, conta a realizadora pernambucana Isa Grinspum Ferraz ao JORNAL DA PARAÍBA, a respeito de ser sobrinha e fazer um documentário sobre o líder comunista baiano Carlos Marighella (1911-1969), considerado o ‘inimigo nº 1’ da Ditadura Militar. “Assumo desde o minuto zero como um recorte da sobrinha que queria conhecer mais o personagem”, esclarece.
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Estreando em João Pessoa no CinEspaço, Marighella (Brasil, 2011) mostra, com narração de Lázaro Ramos, a radiografia do militante desde sua juventude na Bahia, passando pelos anos dedicados ao PCB, suas prisões na Era Vargas, sua atuação como deputado constituinte, até os violentos anos de repressão militar.
"Tinha pouquíssima informação, resquícios e documentação sobre ele por viver na clandestinidade e apagar todos os rastros ao longo do caminho", lamenta a diretora.
Mas Isa Grinspum coletou o máximo de imagens para dar o ‘clima’ da contextualização. De acordo com a diretora, alusões como a imagem de São Jorge cria as tessituras para compreender e enriquecer o filme.
Outro trunfo do documentário são os depoimentos de pessoas que conheciam o personagem como os militantes baianos e guerrilheiros de sua última fase, além de inéditas gravações de rádio feitas por ele em Cuba. “Muitas coisas que Marighella pregou ainda são muito presentes no Brasil.”
Tão atual que o rapper paulista Mano Brown (Racionais MCs) faz uma canção exclusivamente para o longa-metragem, chamada ‘Mil faces de um homem leal’. “Mano é um nome conhecido do rap, um lutador contemporâneo de hoje”, elogia a realizadora, justificando que sua presença no documentário pode levar mais penetração de quem foi Marighella nas classes sociais.
Misturando os fatos com o mito, Grinspum mostra na telona o resultado de uma curiosidade que nasceu desde pequena, quando foi revelado que seu tio era um homem que "nunca ficou parado". Um homem amigo de Caymmi e Graciliano, que gostava de futebol, música e poesia, chegando até a responder uma prova de física com versos.
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