CULTURA
Conheça a história de Herta Riama: talento sertanejo com toque europeu
Repórter da TV Paraíba relembra os caminhos que percorreu e os desafios que enfrentou ao longo da carreira.
Publicado em 07/02/2016 às 7:51
A repórter da TV Paraíba Herta Riama nunca esteve na Alemanha. Os pais dela, paraibanos lá do Sertão, também não. Mas foi do país europeu que o nome da jornalista acabou importado. “Minha mãe ouviu alguém falando uma vez, achou bonito e decidiu me chamar assim”, contou. A grafia incomum volta e meia causa estranheza nas pessoas e muita gente acaba errando tudo - da escrita à pronúncia.
A moça de nome estrangeiro nasceu, na verdade, em Patos, e aprendeu cedo que, para vencer na vida, precisava mudar de rota, quando necessário. Ainda na adolescência, deixou o Sertão para morar em João Pessoa, onde cursou o ensino médio. Naquele tempo, ainda não tinha uma definição para seu futuro profissional e decidiu fazer algumas apostas. Prestou vestibular e chegou a cursar Pedagogia e Processamento de Dados, mas abandonou os dois, pois não se identificou com nenhum. No mercado de trabalho, atuou como corretora de imóveis e professora de português.
De volta à terra natal, deu início a um novo ciclo. Influenciada pelo amigo Cláudio Pascoal, que apresentava um programa numa rádio patoense e escrevia para jornais, ela começou a tomar gosto pela área. “Ele trocava muita ideia comigo. Eu acompanhava atenta à forma como conduzia a profissão, com ética. Aprendi bastante”, contou. Herta não quis perder mais tempo. Colocou a cara nos livros, focou nos estudos e foi aprovada para o curso de Comunicação Social na Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande, no ano 2000.
Seis anos depois, com o diploma em mãos e algumas experiências com radiojornalismo no currículo, ela se deparou com um grande desafio: ser a primeira correspondente da TV Paraíba em solo sertanejo. “Morando em Patos, eu precisava cavar as melhores histórias da região, conhecer bons personagens, e fazer cada dia ser melhor que o anterior. Tudo tinha que partir de mim e do cinegrafista que me acompanhava”, recordou. A experiência durou cerca de três anos, até que a repórter arrumou as malas e seguiu rumo à capital paraibana outra vez, onde trabalhou em uma TV e uma rádio.
Herta havia saído do Sertão, mas o Sertão não havia saído dela. O desejo de retornar novamente para suas origens era muito grande. E ela tinha um motivo bastante especial para querer estar lá. Apesar de seus pais e seu irmão residirem em Patos, a repórter cresceu na cidade morando com a avó paterna Epifânia. “Sempre a tive como a base de tudo. Sonhava em estar perto dela outra vez, por todo o apego que tínhamos. Ela me pedia muito para eu voltar. Mas só podia fazer isso se fosse com emprego”.
E a oportunidade surgiu. Três anos após o início de sua temporada em João Pessoa, Herta recebeu um novo convite da TV Paraíba. Dessa vez, para ser correspondente em Sousa, distante cerca de 120 quilômetros de Patos. “Fiquei bem mais perto de casa e, por isso, podia visitar minha avó com mais frequência”, acrescentou. Contudo, a alegria deu vez à tristeza. Após dois meses no novo endereço, a jornalista se deparou com a infeliz notícia do falecimento da avó. “Meu mundo desabou. Fiquei bastante desmotivada pro Sertão, pois tudo lá me lembrava ela”, revelou.
Porém, a vida também a surpreendeu de forma positiva. A repórter, que ouvia dos médicos que não podia engravidar, descobriu que seria mãe quando a gestação já se aproximava do sexto mês. “Foi uma grande surpresa. No primeiro exame que fiz, já descobri que o bebê estava todo formado. Eu não tinha barriga, não tive enjoos, não tive nada que as mulheres grávidas normalmente sentem”, explicou. Em abril do ano passado, o pequeno Bernardo nasceu, cheio de saúde.
A novidade veio acompanhada por outra: a transferência da jornalista para a redação da TV Paraíba, em Campina Grande. Hoje, morando na cidade com o marido e o filho, Herta se diz realizada. As confusões com o nome incomum dela ainda acontecem, mas são tiradas de letra pela repórter que só tem tempo de respirar família e trabalho. “Agora, quando falo que me chamo Herta, as pessoas já ligam ao sobrenome e me identificam como a jornalista da TV. Não tenho mais um nome, e sim uma marca”, finalizou, entre risos.
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