CULTURA
Crítico de cinema sugere 10 filmes para celebrar o Dia dos Pais
Renato Félix, repórter do Jornal da Paraíba, seleciona 10 ótimos filmes para quem quer passar o dia em casa ao lado do pai neste domingo (9).
Publicado em 09/08/2009 às 8:43
Renato Félix, do Jornal da Paraíba
A figura do pai é muitas vezes minimizada em relação à figura da mãe. Mas ela é fundamental e não é um trabalho fácil, coisa que o cinema várias vezes mostrou muito bem - tanto que o JORNAL DA PARAÍBA elencou dez filmes memoráveis sobre a figura paterna – três deles ganharam o Oscar de melhor filme e todos estão disponíveis em DVD no Brasil.
Infelizmente, algumas ótimas obras sobre o tema tiveram que ficar de fora. É o caso de Bambi (1942), onde o pequeno cervo perde a mãe e passa a ser criado por um pai que é o rei da floresta, altivo e nada emotivo. Ou Mary Poppins (1964), que se revela um filme onde um pai deve aprender a participar da vida dos filhos e deixá-los participarem da sua. Mas a lista tem pais memoráveis.
Muitos deles, como o de Bambi, de repente se veem tendo que criar os filhos sozinhos. É o caso de Kramer vs. Kramer (1979), Uma Lição de Amor (2001) e Procurando Nemo (2003).
Um dado também interessante é a maneira como em vários filmes marcantes a figura paterna surge além da biologia. É um filho adotado que desperta tanto amor no filme mais antigo da lista, O Garoto (1921), e aprende a amadurecer no excelente faroeste Rio Vermelho (1948).
E no filme mais recente, Menina de Ouro (2004), não chega nem mesmo a haver uma adoção oficial – mas quem vai dizer que não é uma relação de pai e filha a que acontece entre os personagens de Clint Eastwood e Hilary Swank?
O Garoto (1931), de Charles Chaplin. Em seu primeiro longa, Chaplin faz Carlitos encontrar um bebê abandonado. Acaba criando o garotinho que, quando cresce, vira um malandrinho que até participa de alguns golpes do vagabundo. A comédia se transforma em drama quando a mãe reaparece e resolve separar os dois.
Rio Vermelho (1948), de Howard Hawks. O vaqueiro vivido por John Wayne encontra um garoto atordoado – e que perdeu sua família em um ataque dos peles-vermelhas. Adotado por ele, o menino cresce (passando a ser vivido por Montgomery Clift) e precisa passar por um ritual de amadurecimento e tanto: enfrentar Wayne para levar uma gigantesca manada de gado a uma cidade.
Kramer vs. Kramer (1979), de Robert Benton. Quando a mulher (Meryl Streep) o abandona, Ted Kramer precisa aprender a ser pai e mãe do pequeno Billy (Justin Henry) – o que às vezes ganha ares de uma verdadeira guerra. Mas piora quando ele tem que lutar pela guarda do filho na justiça, contra a mulher que reaparece. Oscar de melhor filme.
Uma Lição de Amor (2001), de Jessie Nelson. A história de Sam Dawson (Sean Penn), um quarentão que tem a idade mental de sete anos, e sua filha Lucy (Dakota Fanning), que está ficando mentalmente mais madura que ele, comoveu o mundo. Ele também precisa lutar nos tribunais pela guarda da filha contra a mãe que os abandonou.
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003), de Tim Burton. Através das histórias fantásticas contadas por seu pai velho e doente Ed (Albert Finney) sobre a própria juventude (vivido por Ewan McGregor), Will (Billy Crudup) vai acertar as contas com ele e aprender a aceitá-lo. De quebra, Burton aproveitou para exorcizar sua própria história difícil com o pai.
Ladrões de Bicicleta (1948), de Vittorio DeSica. Clássico do neorrealismo italiano, mostra um homem que tem sua bicicleta roubada - e ela é a única coisa que pode ajudá-lo a manter o emprego de afixador de cartazes. Com o filho, ele atravessa Roma tentando encontrar os ladrões e o garoto vê a difícil situação do pai - e de toda a Itália.
O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola. Antes de ser o chefe de uma família mafiosa, Don Corleone (Marlon Brando) é o pai amoroso de quatro filhos. Para dar respeitabilidade à famiglia, ele aposta no herói de guerra Michael (Al Pacino). O destino, no entanto, leva justamente Michael a suceder o pai. Oscar de melhor filme.
O Império Contra-Ataca (1980), de Irwin Kershner. “Eu sou seu pai”. Quando Darth Vader diz a frase para Luke Skywalker no maior clímax do segundo Guerra nas Estrelas, a série ganha uma dimensão nova e muito maior colocando o conflito familiar no núcleo da trama. Uma cena que nasceu antológica e ajudou a tornar este o melhor da série.
Procurando Nemo (2003), de Andrew Stanton. Marlin é um peixe-palhaço superprotetor com seu filho Nemo, depois que a esposa morre. Mas ele vai ter que encarar seus medos para atravessar o oceano e resgatar o garoto, que foi pescado. Tarefa mais difícil será permitir que o filho se arrisque e aprenda a viver. Uma obra-prima da Pixar.
Menina de Ouro (2004), de Clint Eastwood. O treinador Frankie Dunn (Eastwood), rejeitado pela própria filha, resiste o quanto pode aos pedidos da lutadora Maggie (Hilary Swank) para que a prepare. Quando aceita, descobre na jovem mulher uma nova filha – mesmo que “pai” e “filha” nunca sejam palavras ditas entre eles. Oscar de melhor filme.
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