CULTURA
Dança africana tem única apresentação em João Pessoa
Dançarino Marcel Gbeffa se apresenta no Teatro Santa Roza, em João Pessoa.
Publicado em 08/11/2011 às 8:00
Uma das mais antigas manifestações artísticas da história das civilizações, a dança surgiu como uma expressão corporal com forte apego aos rituais e ao misticismo do homem primitivo.
Seus registros mais remotos podem ser vistos transfigurados nas paredes das cavernas, em pinturas rupestres que datam de 15 mil anos atrás, quando a caça e o combate eram ainda parte do nosso cotidiano ancestral.
Na África, os povos perpetuaram sua dança ao longo dos milênios, mantendo uma tradição tribal que foi se imiscuindo à de outras culturas, à medida que o continente sofreu a invasão e a colonização de desbravadores estrangeiros.
Todo o peso deste passado foi fundamental para o desenho do perfil contemporâneo de uma dança que, hoje, atravessa o Atlântico para chegar a João Pessoa, no Teatro Santa Roza, onde o dançarino Marcel Gbeffa faz a performance de duas coreografias suas: o solo E se... e o duo Sombra Primitiva, que executa lado a lado com a bailarina alemã Meimona Coffi.
De origem franco-beninesa, Marcel Gbeffa é o convidado do projeto 'Teatro à boca da noite', que na edição desta terça-feira ocorre gratuitamente, a partir das 20h, fruto de uma parceria do Sesc, Sebrae e da Aliança Francesa.
A parceria também possibilitou a vinda de Gbeffa para ministrar uma oficina amanhã, com dançarinos de João Pessoa e de localidades próximas. Na oficina, o diretor artístico da Cia.
Multicorps mostra a experiência que o levou a fundar, em 2008, um grupo que desde então tem viajado o mundo dando a muitos espectadores a oportunidade de conhecer um estilo nem sempre privilegiado pelas mostras convencionais de dança.
Para se ter uma ideia, nacionalmente, o dançarino, diretor e coreógrafo só deu o ar da graça em três localidades desde sua chegada em Recife (PE), para o Festival Internacional de Dança da cidade: Belo Horizonte (MG), Campinas (SP) e agora João Pessoa.
Nas peças coreográficas de Gbeffa ficam evidentes as tentativas do artista de estabelecer um diálogo entre a sua partitura corporal e os movimentos de um mundo do qual ele foi se aproximando em suas andanças por países como a Coreia do Norte, onde entrou em contato com Andreya Quamba e Kyung Lee, nomes influentes em seu trabalho de composição.
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