CULTURA
Daniel Araújo apresenta monólogo no Teatro Santa Roza
Malefícios do Fumo, do escritor russo Anton Tchekhov, terá sua terceira montagem feita pelo ator paraibano Daniel Araúlo.
Publicado em 22/08/2008 às 10:30
Da Redação
Com informações da assessoria de imprensa
O monólogo Malefícios do Fumo, do escritor russo Anton Tchekhov, será encenado pelo ator paraibano Daniel Araújo na XIV Mostra Estadual de Teatro e Dança, nesta sexta-feira (22), às 21h50, no Theatro Santa Roza.
Na noite de abertura do evento, Daniel Araújo apresenta a sua terceira montagem para o texto de Tchekhov, já encenado por Daniel em 2004 e 2006. "É o tipo de texto que vai amadurecendo junto com o ator, quanto mais velho eu estiver, melhor será interpretar esse texto", afirma Araújo, que também assina a direção.
Araújo, que atualmente faz parte do Grupo de Teatro Alfenim, retorna à dramaturgia thekhoviana com novas mudanças e quatro anos mais velho. Porém algumas características da segunda montagem continuam presentes no monólogo.
Uma das mais marcantes está na construção da personagem. O conferencista Ivanovitch logo nos primeiros gestos e palavras mostra-se à semelhança de outro conferencista bem conhecido dos espectadores paraibanos: Ariano Suassuna.
"A situação particular de uma conferência dada na peça, por uma pessoa de certa idade, me remeteu de imediato a figura de Ariano Suassuna. Já a partir do primeiro ensaio pude perceber toda uma série de imagens me vindo à mente. Creio que todo ator tem uma sensibilidade acima do normal para observação do mundo a sua volta", observa.
E continua: "Durante toda minha vida posso afirmar que vi Ariano Suassuna pelo menos umas dez vezes entre palestras e aulas espetáculos, sempre fiquei hipnotizado com a forma popular de narrar de Ariano ao contar histórias. Tenho comigo o registro de duas de suas aulas espetáculos. Recriar no meu corpo parte de suas ações físicas e vocais não foi apenas um exercício de mimese corpórea, mas também uma prazerosa transposição de um ser humano pelo qual tenho muito zelo e admiração", conclui o ator.
Personagem
Ivanovitch é um homem casado cuja esposa é dona de um pensionato de mulheres. Encontra-se sozinho num pequeno auditório, onde se prepara para proferi uma palestra sobre os malefícios do fumo. Mal começa a conferência dispara a dizer tolices trivialidades. O desconforto psicológico e emocional do personagem é latente.
O que era extremamente engraçado no início transforma-se no sentimento do contrário. O histriônico professor acaba revelando a miséria escondida por trás da sua aparência. Ivanovitch compartilha com os espectadores os dissabores de uma vida sem sentido agravada por um casamento arruinado que o impede de ser livre.
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