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CULTURA

De volta à cultura brasileira

Como ator, Nelson deu vida ao Tio Raul, na peça 'Perdoa-me por me Traíres', cuja adaptação está em cartaz em João Pessoa.

Publicado em 23/08/2012 às 6:00


Uma das vaias Nelson ouviu no próprio palco. Foi em 1957, quando arriscou-se em cena e deu vida ao Tio Raul de Perdoa-me por Me Traíres (peça cuja adaptação da Cia.Engenharia Cênica está em cartaz hoje, em João Pessoa).

O ator/autor recebeu o eco ulunante em pleno Teatro Municipal do Rio de Janeiro, som que se perpetuou em artigos como os de Alceu Amoroso Lima, que considerava "uma peça cuja abjeção começa pelo título".

A fama de 'tarado' perseguia Nelson. Na primeira entrevista que deu no ano de sua morte (1980), a manchete da Folha de São Paulo estampava: "Um obsceno na porta da Academia". A candidatura de Nelson Rodrigues à Academia Brasileira de Letras corria à boca pequena, à revelia do próprio candidato, que então perdoava o já imortal Alceu Amoroso Lima ("A medida em que entro na velhice, vou me desfazendo de todos os meus inimigos"), mas continuava a atacar os 'gênios', com sua peculiar acidez ("Hoje, se o gênio não se fingir de imbecil, não arranja emprego").

Nunca chegou a vestir o fardão, e a reputação só foi "limpa" na posteridade: "Permanecia o estigma de tarado e de reacionário", conta Ruy Castro, ainda se lembrando do ano de 1992. "O Anjo Pornográfico fez muito para limpar esse panorama. Logo em seguida, a publicação da sua obra fora do teatro, pela Companhia das Letras (12 volumes, entre 1992 e 1997), editada por mim, permitiu que as pessoas tivessem acesso a seus romances, contos, crônicas etc. Em pouco tempo, Nelson estava definitivamente de volta à cultura brasileira".

De volta para não mais sair. Curador do projeto 'Nelson Rodrigues 100 Anos', em São Paulo, Ruy Castro não teve dificuldades em achar boas adaptações da obra de Nelson atualmente: "Apesar das desnecessárias tentativas de 'modernizá-lo' (ou de apagar o seu lado carioca, mais debochado), os diretores em geral o respeitam. Sabem que Nelson não tolerava o 'diretor inteligente', que se metia a gato-mestre com seus textos".

Segundo o jornalista, uma "enorme exposição" está sendo preparada para as homenagens que vão até novembro.

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Jornal da Paraíba

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