CULTURA
De volta às origens
Sem um trabalho inédito desde 2006, cantor Buchecha lança 'Adesivo'; disco tem a sonoridade pop e romântica do funk melody.
Publicado em 21/02/2014 às 6:00
“Estou muito empolgado com o disco. Eu considero realmente uma volta às origens”, conta o cantor e compositor Buchecha sobre seu novo trabalho, intitulado Adesivo (Warner Music).
O motivo da empolgação reside no ineditismo do disco, um lançamento que ele não fazia desde 2006, quando trabalhou em cima do lado acústico em suas canções.
“Eu tinha me perdido no meu trabalho, sem tempo de elaborar algo novo”, explica o artista por telefone ao JORNAL DA PARAÍBA. “É uma realidade que estou gostando de corrigir”.
Adesivo é calcado no gênero que fez toda a fama nacional da dupla Claudinho & Buchecha nos anos 1990, a sonoridade pop e romântica do funk melody.
A única exceção no repertório é a regravação da música de Fábio Jr., ‘Lua’, uma parceria com Lula Barbosa, lançada originalmente no álbum Intuição (1991).
“Sou fãzão do Fábio Jr. Escolhi ‘Lua’ porque ela é uma música romântica, mas que tem uma pegada de funk melody”, justifica.
“Sendo um cara romântico, também é uma canção que fala forte no meu coração”.
FILHO DE PEIXE
Várias faixas do disco foram escritas em parceria com seu filho de 14 anos, Clauci Julio, mais conhecido como Buchechinha. O garoto faz uma participação em uma de suas composições, ‘Pensamentos voam’. “Foi uma baladinha que ele fez pra uma namoradinha”, revela o cantor. “É como dizem por aí: filho de peixe, peixinho é”.
Até a caçula Julie, de apenas 10 anos, também ganha crédito em algumas músicas pelas pequenas contribuições. “Eu sempre começava uma composição e eles terminavam pra mim sem eu saber”, conta Buchecha.
Nandah, uma revelação dos bailes funk de Duque de Caxias (RJ), acompanha Buchecha na faixa ‘Faz pirar’.
Há também a participação internacional do rapper norte-americano Flo Rida na música ‘Baile em Miami’. De acordo com Buchecha, o artista mundialmente conhecido pelo hit ‘Low’ estava fazendo uma apresentação no Brasil quando chegou aos seus ouvidos que ele gostaria de gravar uma música por aqui. Prontamente ele escreveu a letra e mandou para o músico, que aprovou e gravou no seu estúdio nos Estados Unidos. “Infelizmente ainda não o conheço pessoalmente”, lamenta.
Na última faixa do Adesivo, o remix da canção ‘Gamou’, quem participa é o funkeiro Mr. Catra. “A música fala muito da ‘pegada do negão’, por isso chamei o Catra – presumindo que ele tem essa pegada”, justifica Buchecha, aos sorrisos. “Já dividimos palcos por aí afora e temos um entrosamento grande. O que ele bolou para a música saiu até leve, mas sem perder a marca dele”.
Com exceção dessa faixa, a produção do disco ficou por conta de Umberto Tavares e Mãozinha, dupla responsável por alguns dos trabalhos de maior sucesso do funk atual como Naldo Benny e Anitta, dentre outros.
O entrosamento entre eles já era garantido antes de entrar em estúdio: Mãozinha era assistente do DJ Marlboro e Umberto Tavares fazia parte dos backings de alguns dos maiores hits de Claudinho & Buchecha.
Indagado sobre se recebe críticas por ir na contramão do lado engajado e politizado do funk atual, Buchecha garante fazer aquilo que ele acredita e deu certo anos atrás com o seu parceiro, morto em um acidente automobilístico em 2002, aos 26 anos.
“A maior referência é a minha história com o Claudinho.
Sempre que vou fazer um trabalho novo, penso no que fiz com ele”, afirma.
Quando começar a turnê do Adesivo, em março, Buchecha gostaria muito em passar pela Paraíba: a última vez que apareceu por aqui foi em 2010.
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