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CULTURA

'Do amor' na contramaré

Em conversa com o JORNAL DA PARAÍBA, 'banda Do Amor' fala sobre seu novo trabalho, 'Piracema', um disco conceitual com 18 faixas.

Publicado em 06/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:20

A associação é puramente conceitual: Piracema (Disco Maravilha, R$ 25,00 em CD, R$ 70 em vinil), título do segundo disco da banda Do Amor, remete aos grandes cardumes que se deslocam rumo às nascentes dos rios para desovar.

Com o impressionante número de 18 faixas, o novo trabalho do quarteto carioca seria então este denso cardume, nadando contra a corrente, em busca da condição ideal para reproduzir o som de um grupo formado por alguns dos mais talentosos músicos de sua geração.

"No final de 2011, a gente se isolou na fazenda do meu bisavô, no interior do Rio, e saiu de lá com umas 50 músicas, entre canções e fragmentos de canções", revela Gabriel Mayall (o Bubu, ex-Los Hermanos), em conversa por telefone com o JORNAL DA PARAÍBA. "Tínhamos um material que parecia irredutível antes de fecharmos nas 18 (faixas). É isso que ocorre quando reunimos quatro músicos que lidam diretamente com a criação".

Ao núcleo formado por Bubu (guitarra e vocal), Marcelo Callado (bateria e vocal), Gustavo Benjão (guitarra e vocal) e Ricardo Dias Gomes (baixo e vocal), Piracema agrega ainda um outro grande 'cardume': o de convidados que participam em canções radicalmente diversas das apresentadas no debute homônimo, de 2010.

"Na verdade, todos os convidados são pessoas muito próximas que, de repente, estavam fazendo outro trabalho no estúdio e que a gente resolveu aproveitar", conta Bubu, que enumera um total de 16 artistas que toparam o desafio de mergulhar no projeto tocando instrumentos inusitados como as congas (que ficaram a cargo de Moreno Veloso em 'El cancionero', 'Pé na terra' e 'Ninguém vai deixar') e o banjolão (nas mãos de Rodrigo Amarante, também em 'Pé na terra').

A colaboração podia ser chamada também de contrapartida, já que os integrantes do grupo, além de conduzirem (todos eles) projetos paralelos, atuam em bandas que acompanham colegas (Callado e Dias Gomes, por exemplo, completam a Banda Cê, que esteve com Caetano Veloso no último show que ele fez em João Pessoa, mês passado).

"A gente é bem funcional em relação à organização e mantém uma agenda compartilhada que nos ajuda a lidar com o calendário de uma forma menos conflituosa", explica Bubu. "Quanto às influências, tudo aquilo em que a gente se envolve acaba nos influenciando, já que o universo musical tem que estar sempre mudando e se movimentando".

2 ANOS EM 2 SEMANAS

A irreverência, uma das características que saltaram aos ouvidos quando o Do Amor estreou no passado, com um pé no axé e outro no carimbó, aqui, foi deixado um pouco de lado. Restam, perdidas entre letras em inglês e espanhol, alguns trocadilhos em 'Ofusca', o refrão engraçadinho de 'Mindingo' e a velha atmosfera nortista de 'Eu vou pra Belém'.

"Esse clima menos festivo não foi intencional, quero dizer, a gente não falou que ia fazer isso antes de fazer, entende?", esclarece Bubu, narrando a rotina de um típico dia de ócio criativo na fazenda de Três Rios (quase na divisa com Minas Gerais, a 125 quilômetros da capital carioca): "A gente ficou completamente à vontade, fora das intempéries da rotina e das demandas da vida urbana. Acordava, se queria; tomava café, se queria; e tocava, se queria. Ainda assim, fizemos o trabalho de dois anos em duas semanas".

Enquanto que, no primeiro CD, o grupo gravou todos os instrumentos separadamente e alcançou, como resultado, um álbum límpido e enxuto; em Piracema, os 'ruídos' foram bem vindos e todas as faixas foram registradas ao vivo, em estúdio (algumas, inclusive, mantendo as primeiras versões de 'playback').
"A maneira de fazer, esta sim foi intencional", diz Bubu. "Não queríamos algo polido e coincidiu que a estética da música também soou diferente. Casualmente, o primeiro disco foi mais alegre mesmo, mas poderia também não ter sido: ele nos pegou naquele momento, com aquelas músicas".

Achando seu próprio espaço entre as mil e uma ideias que povoam a mente de Bubu e companhia, o Do Amor vai chegando à maré calma: "Pretendemos fazer o que a gente sempre fez, que é rodar bastante", conclui Bubu. "Há momentos em que é mais difícil competir com nossos outros projetos, mas vamos forçando a barra e fazendo nossos shows com compromisso, aproveitando as oportunidades e conquistando coisas legais, como nossa relação com o público".

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Jornal da Paraíba

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