CULTURA
Do Sertão ao Nobel
Escritor Rinaldo de Fernandes, lança nesta quinta-feira (18) no Terraço Brasil o livro 'Vargas Llosa: Um Prêmio Nobel em Canudos'.
Publicado em 18/10/2012 às 6:00
Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura com seu romance de estreia, Rita no Pomar (7 Letras, 2008), o escritor Rinaldo de Fernandes, também um antologista profícuo, retorna às páginas literárias evidenciando mais uma vez sua faceta de pesquisador das Letras.
Vargas Llosa: Um Prêmio Nobel em Canudos (Garamond, 283 páginas, R$ 20,00), livro que lança nesta quinta-feira, a partir das 19h30, no Terraço Brasil, em João Pessoa, é uma reunião de ensaios que tem como eixo um tema já explorado em O Clarim e a Oração: Cem Anos de Os Sertões (Geração Editorial, 2002).
À sua curadoria de textos sobre a obra de Euclides da Cunha (1866-1909), Rinaldo agrega reflexões sobre o autor de Os Sertões (1902) e o Nobel peruano Mario Vargas Llosa, autor de A Guerra do Fim do Mundo (1981), romance sobre Canudos dedicado ao escritor carioca.
"Tem mais material sobre Vargas Llosa e Euclides da Cunha retirado de minha tese de doutorado, defendida na Unicamp em 2003", explica Rinaldo de Fernandes, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (SP).
Em seu ofício, produção acadêmica e ficcional são eixos que considera "diferentes, mas afiados em certo ponto": "Hoje, meu trabalho com a produção ensaística, com as pesquisas, estudos, é cotidiano e tem muito a ver com as exigências da sala de aula.
O trabalho de ficcionista, embora se beneficiando dos saberes do estudioso, é de outra ordem. Nele se expressa a fantasia criadora, as fontes inconscientes da criação. Atualmente, há muito escritor que é professor, que é pesquisador. As coisas terminam se combinando".
O conto, assunto predominante em uma das disciplinas que ministra na UFPB, figura neste volume no ensaio de abertura, intitulado 'O conto brasileiro do século 21'. Para Rinaldo, cuja incursão no gênero está representada por O Caçador (UFPB, 1997) e O Perfume de Roberta (Garamond, 2005), o conto é hoje a 'menina dos olhos' do mercado editorial.
"As grandes e médias editoras preferem romances a livros de contos. É quase uma exigência, se não explicita pelo menos velada, do mercado editorial. Mas as exigências do mercado editorial não determinam as exigências da criação. O escritor opta por este ou aquele gênero por uma exigência existencial, de fantasia criadora. Por uma questão de embocadura - ou seja, ele procura o gênero no qual se expressa melhor, se sente mais à vontade".
Rinaldo conta que, ainda este ano, pretende lançar um outro livro, mas não antecipa se será uma ficção ou uma antologia: "Terá grande repercussão editorial, acredito. Mas ainda está sendo mantido em segredo. Em breve eu o anuncio".
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