CULTURA
Ensaio sobre a velhice
Fundação Casa de José Américo terá exposição, lançamento literário e musical nesta terça-feira (24) na capital.
Publicado em 24/04/2012 às 6:30
“Existem duas opções na vida: ou você envelhece ou você morre. Eu optei pela primeira”, avalia José Bezerra Filho, multiartista paraibano que está lançando nesta terça-feira, em João Pessoa, o romance Jogadores de Ilusões (A União Editora, 214 páginas, R$ 20,00) e seu primeiro disco solo, Aracy com Y (Dumato, R$ 10,00).
Acompanhando os lançamentos, que acontece na Fundação Casa de José Américo, Cabo Branco, às 18h30, será aberta a exposição Diana, A Caçadora, da artista plástica paraibana Taciana Gama.
Sétimo romance de Zé Bezerra, Jogadores de Ilusões faz parte de uma trilogia começada por A Paixão, Segundo Metrópole (2007) e Decifrador de Sonhos (2009), ambos publicados pela editora Taba Cultural. O autor brinca que o livro é um 'ensaio sobre a velhice', parodiando o nobel português José Saramago (1922-2010). “É uma tentativa de provar que a velhice não é um castigo”, explica.
Entre as figuras que perambulam pela obra, tomam forma de personagens o poeta e crítico Hildeberto Barbosa Filho, o poeta Ivaldo Gomes, o violinista Rucker Bezerra (filho do literato) e o multiartista W. J. Solha, que descreve um dos prefácios de Jogadores de Ilusões como “uma conversa barroca” entre autor e filho. “Escrevi esse romance deliberadamente, pensando em me livrar dessas amarras acadêmicas”, revela Bezerra sobre seu processo livre presente nas páginas de seu novo trabalho.
“Coloquei tudo que vinha na cabeça: conto, peça teatral, piada, charada... Uma forma de sublimação da vida.”
PRISÃO DOMICILIAR
“Homenagear pessoas que moram dentro do território de minha afetividade, sem pagar aluguel ou quaisquer tipo de taxas, e ainda com direito a usucapião”, coloca Zé Bezerra no encarte do seu primeiro CD solo, Aracy com Y, título que demonstra uma homenagem à sua esposa, companheira de quase 50 anos que canta e toca acordeon em uma das faixas.
A ideia do disco surgiu quando Bezerra pensava com seus botões sobre suas peças de teatro. “Notei que todas foram musicadas por mim”, conta. “São 14 músicas que estavam em 'prisão domiciliar' na minha caixa craniana.”
Bezzerra convidou nomes como Gengen, Evana Ferraz, Luiza Ferraz, Hercílio Antunes, Analine Dias, Ricardo Brito, Raoni Barbosa, Fátima Almeida, Quinteto Uirapuru, Gilvandro 'Azeitona' Pereira, Francisco Carlos e Aliane Leal, além de Elpídio Ferreira e seu filho Rucker Bezerra, que também fazem parte da direção artística.
DIANA EM RELEITURA
Na vernissage Diana, A Caçadora, de Taciana Gama, terá 10 telas espatuladas em preto e branco abordando uma releitura da deusa mitológica.
"Com o preto e branco simbolizo os aspectos neutros da natureza e da personagem", ressalta a artista, que retrata Diana sempre de costas, interagindo com a natureza e "podendo ser qualquer pessoa."
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