CULTURA
Era uma vez Solha-leitor
Solha acaba de lançar o livro Sobre 50 Livros (Brasileiros/Contemporâneos) Que Eu Gostaria de Ter Assinado (Ideia).
Publicado em 13/11/2012 às 8:00
O longa-metragem Era Uma Vez Eu, Verônica acaba de vencer o 9º Amazonas Film Festival, em Manaus (leia mais na página 3). O sucesso que o filme divide com O Som ao Redor, outro que traz W. J. Solha no elenco, deu falsas esperanças aos fãs de um artista que, a despeito do êxito na carreira de ator, não parece demovido da ideia de abandoná-la para dedicar-se à literatura.
"Os dois longas de que participei estão de vento em popa, faturando prêmios por todo lado. Por isso mesmo me parece este o momento exato de parar de dar uma de ator. Coisa pior do mundo é a decadência, e é só o que poderia me acontecer agora, na área, depois do inesperado sucesso desses dois filmes", diz Solha, que acaba de lançar Sobre 50 Livros (Brasileiros/Contemporâneos) Que Eu Gostaria de Ter Assinado (Ideia).
O ensaístico sai meio que na surdina, no mesmo sistema que o autor adotou para seus dois títulos anteriores: o romance Arkaditch e o poema O Marco do Mundo, publicados este ano também pela Ideia e distribuído de forma independente, pelos Correios.
"O livro sai imediatamente, e de graça, para todo aquele que curtir literatura e mandar seu nome e endereço postal para [email protected]", avisa o escritor, que conta com uma tiragem limitada de 300 exemplares.
Na coletânea, como sugere no seu longo título, o leitor Solha comenta 50 obras de autores da literatura nacional que selecionou entre as que lhe chegaram às mãos mais ou menos da mesma forma que esta chegará ao público, por envio postal: "Contemporâneos, em meu Sobre 50 Livros..., são todos aqueles - com romances, ensaios, poesia ou memórias - que me foram enviados - por amigos e estranhos - agradaram-me profundamente e me despertaram comentários a respeito", explica.
Entre os comentados, destacam-se paraibanos como Hildeberto Barbosa Filho, Tarcísio Pereira, Marília Arnaud, Paulo Vieira, Sérgio de Castro Pinto, Gonzaga Rodrigues, Braulio Tavares, José Nêummane Pinto, Wills Leal, Jessier Quirino, Ronaldo Monte, Rinaldo de Fernandes, entre outros.
"Há muitos paraibanos por conta da proximidade que tenho com eles. Gosto dos que escrevem a partir do mesmo ambiente em que vivo", diz ele. "Sempre leio o máximo que possa. Antes vieram os clássicos. Depois aqueles que os anos me foram trazendo. De conterrâneos e contemporâneos. Procurei aprender com os autores abordados e, dentro do possível, divulgá-los".
Solha, porém, mostra-se refratário quando se considera o volume como sua primeira incursão na crítica literária. Na contracapa, escreve que se deu ao luxo de nunca publicar nada acerca de obras que não lhe agradaram: "Renoir dizia que pintava somente a partir daquilo que lhe dava alegria. Minhas resenhas e análises sempre tiveram essa mesma origem. Não sou crítico literário. Não sou, portanto, obrigado a falar sobre aquilo de que não gosto", afirma, taxativo.
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