CULTURA
Escurinho lança seu novo trabalho, 'Ciranda de Maluco Vol 1'
Cantor, compositor e percussionista realiza 'pocket show' na Usina Energisa para apresentar novo disco.
Publicado em 09/07/2015 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:16
“Pra ser maluco / Só precisa ter nascido / Não temer o prejuízo / E arriscar quando puder” define Escurinho em ‘Quem é maluco aí?’, dueto com Val Donato que integra seu novo disco, Ciranda de Maluco Vol. 1, CD independente patrocinado pelo FIC Augusto dos Anjos que terá, hoje, audição pública durante um pocket show que o cantor, compositor e percussionista fará no café da Usina Cultural Energisa, em João Pessoa.
A apresentação começa às 20h30, com entrada gratuita para quem comprar o CD (vendido no local a R$ 20), ou R$ 5 o couvert individual. O show de lançamento está programado para setembro.
O disco, gravado entre o meio de 2014 e o início de 2015 no estúdio Peixe Boi, em João Pessoa, traz 14 faixas inéditas, a grande maioria surgida em meio ao projeto Ciranda de Maluco, que Escurinho desenvolve desde 2012.
“Durante os shows, a gente improvisava muito e muitas dessas improvisações acabaram virando as músicas que estão no CD”, comenta o músico. Outras tantas estão em “stand by”, como ele diz, e poderão fazer parte de um segundo volume do projeto.
O repertório mantém o tom contestador e a crítica social, em meio a emboladas, cirandas e cocos que, como de costume, são banhados por guitarras pesadas e a percussão monstruosa pilotada por Escurinho e sua banda, no primeiro disco dele sem a banda Labacé.
O CD abre com a instrumental ‘Duarte da Silveira, Domingo de Carnaval’, composta por Escurinho a partir das lembranças dele do carnaval tradição de João Pessoa. Daí em diante, o tom segue entre o regional e o rock, adicionando bons naipes de metal e samplers, celebrando tanto o tradicional, quanto o moderno – Ciranda... vai desde os clássicos cocos que sempre animaram os shows de Escurinho, mas nunca haviam sido gravados por ele, até reflexões acerca de um mundo cada vez mais conectado (‘Tempos modernos’, tema que ele já havia abordado em ‘Tô na rede’, no anterior O Princípio Básico, de 2013).
Quase todas as músicas levam a assinatura solitária de Escurinho, à exceção de ‘Acabou-se o mundo’, dele com Alex Madureira; a embolada esperta ‘É bonito se olhar’, parceria com o poeta Aderaldo Luciano, e ‘Dona Preta’, ótimo samba construído com Tony Leon depois de uma visita a Totonho e papos sobre os moradores da Torre – entre eles a “dedicada mãe que não alisa”.
Em ‘Budismo moderno’, o pernambucano dá forma ao poema de Augusto dos Anjos. “Vi em ‘Budismo Moderno’ um lamento que dizia algo de mim, e logo me veio essa toada, levada pelo toque arrastado do maracatu do Ceará”, comenta.
Com o laboratório do palco, Escurinho leva para seu 5º disco um repertório maduro, coeso e vibrante.
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