CULTURA
Espetáculo Alzira Power é apresentado na Capital
Peça conta a de funcionária pública aposentada,Alzira. Apresentação acontece no teatro Ariano Suassuna, no colégio Pio X, em João Pessoa.
Publicado em 01/12/2009 às 10:22
Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba
Década de 1960. Foi nesse período que surgiram importantes dramaturgos no Brasil. Um deles, Antônio Bivar, se juntou à turma contestadora ao Regime Militar, ao lado de nomes como José Vicente de Paula e Plínio Marcos. Mas, tanto tempo depois, será que textos produzidos naquela época ainda passam pelo texto do palco?
Em João Pessoa será apresentada nesta terça-feira (1) uma peça escrita naquele contexto dos ‘anos de chumbo’. De 1969, Alzira Power, conferiu ao seu autor, Antônio Bivar, o prêmio Molière de melhor texto.
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A montagem atual, do grupo Epigenia, é dirigida por Gustavo Paso (o mesmo de Ariano). A vinda do espetáculo à Paraíba, com apresentações no Teatro Ariano Suassuna (Colégio Marista Pio X, Pça. da Independência, 150, Centro, João Pessoa – tel. 4009.2700), se dá devido seleção no Programa ‘BR de Cultura’, com patrocínio da Petrobras.
Em circulação, o espetáculo tem em seu roteiro, além de João Pessoa: Fortaleza, Teresina, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Maringá e Natal. Em todas as apresentações, a entrada é franca. Em João Pessoa, a peça será apresentada mesta terça e quarta-feira (2).
Em cena estão Márcia do Valle, interpretando Alzira Power, e Vinicius Cattani que faz o Ernesto. A peça, uma comédia, conta a estória de uma funcionária pública aposentada, a Alzira. Ela perde o seu cão siamês e, por conta disso, atrai para o seu apartamento o jovem vendedor, Ernesto. A partir daí começam os conflitos. Eles têm pontos de vista antagônicos. Alzira, inconformada com a vida, Ernesto, mais conformado. Uma tentativa de sedução apimenta a trama.
Falando sobre os personagens da peça, Gustavo Paso acredita que “estas figuras de mentalidades opostas vivem divertidíssimo confronto de ideias e desejos, absurdo e tragicômico, desafiando, com muito humor, o público a afirmar que neste país não há alguém que não conheça uma Alzira”.
Este espetáculo teve uma primeira formação com os atores Cristina Pereira e Sidney Sampaio que recebeu uma boa acolhida da crítica. Em O Globo, a decana Bárbara Heliodora escreveu: “A direção de Gustavo Paso é orientada pelo tom de Bivar e explora bem a luta pelo poder entre Alzira e Ernesto, tudo sempre em uma calculada dimensão acima do real, de modo a aproveitar bem o que o texto lhe oferece”. E conclui: “A peça quarentona mostra que ainda está muito em forma para a plateia de hoje”.
Ano passado, houve um retorno de Bivar aos palcos, dramaturgo que, como outros a exemplo de Alcione Araújo (de Caravana da Ilusão), optou por trilhar pela literatura. Além de Alzira Power, outro texto importante seu foi montado, Cordélia Brasil, direção de Gilberto Gawroski, com Maria Padilha no papel principal.
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