CULTURA
Espetáculo em JP encena coreografias de sombras e desejos
"Em Tempos de Verão", da companhia carioca Márcia Milhazes, cumpre turnê nacional patrocinada pela Petrobras e será apresentado neste domingo (7), às 20h, no teatro Paulo Pontes.
Publicado em 07/06/2009 às 7:58
Astier Basílio, do Jornal da Paraíba
Dança é uma arte subjetiva. Necessariamente não tem a obrigação de narrar. É no corpo que se inscreve todo o trabalho artesanal. Artista e arte quase não se separam. Em Tempos de Verão, da companhia carioca Márcia Milhazes, teremos uma demonstração desse trabalho artesanal. O espetáculo, que cumpre turnê nacional patrocinada pela Petrobras, será apresentado neste domingo (7), às 20h, no teatro Paulo Pontes, em João Pessoa.
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A coreografia se estrutura, principalmente, a partir de referências sonoras. A trilha é composta a partir de sons das águas e com valsas brasileiras numa seleção musical inclui valsas de Francisco Mignone, Lamartine Babo e Zequinha de Abreu, entre outros. Mas não se imagine aqui uma incursão no que este universo possa representar à primeira vista.
Márcia Milhazes procura não escorregar em estereótipos e cria, segundo a crítica do Estadão Helena Katz, “uma zona de sombras, amores melancólicos e territórios do desejo através de corpos sombras, corpos ecos, corpos rastros uns dos outros”.
O cenário também chama atenção. É uma espécie de “candelabro” , feito de bolas, rosetas e flores, obra da artista plástica Beatriz Milhazes, irmã da coreógrafa. O espetáculo tem início e os corpos dos três bailarinos permanecem na penumbra e estão sobrepostos, no canto esquerdo do palco. Com o texto, vão se individualizando para, movimentos depois, encontrarem-se e fundirem em nossas possibilidades coreográficas.
O figurino é de Carmem Mattos. As bailarinas Ana Amélia Vianna e Pim Boonprako usam vestidos esvoaçantes que, de início, apresentam cores quentes , do vermelho ao laranja, que vão sendo amenizadas. O figurino das bailarinas contrasta com o tom mais neutro das roupas de Al Crisppinn: branco amarelo e bege.
“A realização dessa turnê nacional vem dar continuidade a um projeto maior desta companhia de dança, que acredita na fomentação do pensar a arte e particularidades da cultura nacional, onde a pesquisa artística está profundamente entrelaçada e desejosa de conhecimento”, afirmou Marcia Milhazes, em texto do programa do espetáculo.
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