CULTURA
Estado trata mal a polícia, diz diretor de 'Tropa de elite 2'
Segundo Padilha, relação estimula 'cultura informal ' e 'promove a corrupção'. Cineasta rejeita rótulos: 'não acho que 'Tropa de elite' seja um filme de ação'.
Publicado em 20/08/2010 às 14:51
Do G1
O cineasta José Padilha afirmou que fez “Tropa de elite 2” para mostrar a relação entre a polícia e a política. Padilha disse em entrevista ao site Página do cinema que, se o primeiro filme focava nos policiais, este, vai estar no nível acima.
“O Estado trata muito mal a instituição policial e estimula a polícia a ter uma cultura informal que promove a corrupção e a violência. Fiz ‘Tropa 2’ porque achei que precisava dizer o porquê de o Estado agir assim”, afirmou o cineasta que está nos EUA trabalhando na pós-produção do longa, previsto para estrear no dia 8 de outubro.
“‘Tropa de elite 2’ se passa na interface da segurança pública com a política, lida com as conexões que existem entre a política e a polícia.”
Padilha também rejeitou qualquer rótulo para o seu longa, lembrando da repercussão acadêmica de longas como “Cidade de Deus” e o próprio "Tropa".
“Não acho que ‘Tropa de elite’ seja um filme de ação. É uma crônica social com ação dentro dela. ‘Tropa de elite’ tem ação, mas tem também uma construção analítica, que tenta dissecar de maneira crítica as relações entre certos grupos sociais. Por isso é um filme que não é facilmente classificável. De minha parte, não sinto necessidade de classificar os filmes em gêneros.”
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