Exposição de William Medeiros homenageia "grandes mulheres"

Tiago Germano
Do Jornal da Paraíba

Quando publicou sua primeira caricatura num jornal de Campina Grande, em 1982, William Medeiros contava apenas com 15 anos e já fazia humor de gente grande, tendo como motivação, políticos e figuras de destaque do poder local. A arte de caricaturar rostos, acentuando perfis e expressões, tornou-se então uma marca do trabalho desse artista que também faz uso de seu traço irreverente para homenagear personalidades em evidência na mídia.

É este o caso das 20 imagens que compõem a mostra Traços de Grandes Mulheres, que desde terça-feira (1º), início da Semana da Mulher (que precede o Dia Internacional da Mulher, comemorado na próxima terça-feira (8), estão em exposição no hall térreo do Tambiá Shopping.

Os painéis de metro por metro exibidos no corredor do shopping celebram a feminilidade e a importância de nomes que têm despontado em suas respectivas áreas de atuação, reunindo sumidades da política (como Dilma Rousseff, Michelle Obama e Cristina Kirchner), da música (como Elba Ramalho, Amy Winehouse e Elis Regina), da literatura (como Clarice Lispector e Rachel de Queiroz), entre outras atividades.

“Caricaturistas e cartunistas são grandes observadores e já têm o olhar voltado para o desenho. Só de bater o olho na pessoa já idealizo a caricatura dela”, afirma o ilustrador William Medeiros, que é diretor de criação da TV Cabo Branco e desde 1996 colabora para uma revista semanal de Brasília que já publicou mais de 700 capas suas.

William também já foi premiado no maior salão de humor do país, o de Piracicaba, e contribuiu para periódicos como o Jornal da Paraíba, o Pasquim e ilustrou a série O Guia do Mochileiro das Galáxias, clássico da ficção científica adaptado para a literatura e editado no Brasil pela Editora Sextante.

Esta é a terceira individual do artista no espaço, que já abrigou outra coletânea de caricaturas suas, em 2008, e uma mostra com seus cartuns, em 2009. Segundo William, suas caricaturas e cartuns se detêm sobre situações e personagens cotidianos com as quais se depara e dos quais tenta extrair a comicidade nem sempre captada pelas outras pessoas. “Como se diz no senso comum, uma imagem vale mais que mil palavras, e muitas vezes basta realçar um trejeito ou uma atitude de alguém para que o humor brote dali”, explica William.

A fama do caricaturado, a aura que o cerca, também faz a caricatura, de acordo com William. Sendo esta uma arte muda e que também não ouve, só vê, o apelo visual tem que ser imediato e gritante. “Já houve quem não gostasse do trabalho, mas também já ocorreu o oposto: quem se achasse mais simpático e preferisse a versão caricaturada”, brinca.