CULTURA
Foi amado e bebeu na vida
Espetáculo baseado na obra de Jorge Amado ganha os palcos do Centro Cultural Piollin a partir desta quarta-feira (25).
Publicado em 25/01/2012 às 6:30
Segundo espetáculo da carreira d'Osfodidário, Quincas começou a ser montado pelo grupo em 2011, 10 anos depois da morte de Jorge Amado (1912-2001), autor da novela na qual o texto se inspira.
A peça que entra em cartaz hoje, em João Pessoa, ganha os palcos em pleno ano de centenário do baiano que primeiro contou a história de Joaquim Soares da Cunha, o boêmio que morreu e 'ressuscitou' sob a alcunha Quincas Berro d'Água.
"Estrear no centenário de Jorge Amado é uma feliz coincidência", garante Daniel Porpino, um dos fundadores d'Osfodidário, ator que pela primeira vez se incursiona pela direção.
"Na verdade já tínhamos a ideia de adaptar o livro muito antes de saber das datas", confirma Porpino, ex-Alfenim, que saiu do coletivo reunido por Márcio Marciano junto com Ana Marinho, atriz de Quincas.
"Minha pretensão como diretor surgiu de meu trabalho como ator.
Sempre fui um ator muito interessado em aspectos da encenação como um todo e quis explorar esta faceta neste projeto".
Segundo Porpino, o ator é o centro de sua dramaturgia: "Não sou um encenador de formação, portanto meu olhar sobre a cena é um olhar de ator. Por isso o elenco se multiplica em personagens e em funções no palco".
Dos quatro Osfodidário que compuseram a formação original do grupo, apenas Fabíola Morais não está em cena em Quincas.
Junto à já citada Ana Marinho, agregam-se Thardelly Lima e Duda Moreira (que estiveram no elenco de A Farsa da Boa Preguiça, primeira peça de repertório d'Osfodidário) e Odécio Antonio, ator com formação (o clown 'Cabeça de Espantalho', que passa a integrar o novo time).
Narrado sob a perspectiva dos quatro amigos do protagonista 'morto-vivo': Curió (Marinho), Nego Pastinha (Moreira), Pé-de-vento (Antônio) e Cabo Martim (Lima), Quincas tem sessões todas as quartas e quintas-feiras, sempre às 20h, no Centro Cultural Piollin, com entrada franca.
"Queríamos quebrar este paradigma que existe na cena teatral paraibana de que não há maneira de iniciar uma temporada durante a semana", conta Daniel Porpino. "É também uma forma de não concorrer com os megaeventos musicais que costumam ocorrer também gratuitamente nesta época do ano", conclui o diretor.
Serviço
• QUINCAS. No Centro Cultural Piollin (rua Sizenando Costa, s/n, Roger, João Pessoa - tel.: 3241-6343). Temporada todas as quartas e quintas-feiras, às 20h. Gratuito. Até 16/2.
Comentários