icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Fora das asas de Gonzagão

Em nova fase, Chambinho do Acordeon, que interpretou o Rei do Baião no longa ' Gonzaga - De Pai Para Filho'  se apresenta em JP.

Publicado em 20/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:32

Três da madrugada de um São João em Jaicós, interior do Piauí. Nivaldo Expedito de Carvalho, o Chambinho do Acordeon, está de volta ao lugar em que tocou no ano anterior, no show de inauguração do teto de uma quadra poliesportiva que, décadas atrás, Luiz Gonzaga em pessoa era quem inaugurava.

No palco, Chambinho veste o gibão de couro adornado e o chapéu de cangaceiro. Na plateia, Daniela Piccino, sua esposa, mistura-se entre os mais antigos. Olhos que viram Gonzaga de perto. Chambinho puxa o fole da sanfona branca em toda sua extensão. O aboio ecoa nos ouvidos de cada um dos 18 mil habitantes da pequena cidade conhecida como a "Terra do Galo". A canção era 'A morte do vaqueiro'.

“Eu vi bêbados às lágrimas gritando: 'O homem desceu! O homem desceu!'”, conta Daniela, que no ano seguinte lia um e-mail da Conspiração Filmes e inscrevia o marido para o teste de elenco do longa-metragem Gonzaga - De Pai Para Filho (2012).

Chambinho derrotou cinco mil candidatos, incluindo atores profissionais. Rostos até mais parecidos com o do Rei do Baião.

Interpretações mais vigorosas que a do jovem paulista que não sabia atuar, mas tinha um trunfo nas mãos: a sanfona amiga certa.

“Tinha ator que segurava a sanfona ao contrário”, ri Chambinho quando se lembra do processo de seleção que durou quase um ano e lhe rendeu o papel de protagonista que projetou uma carreira até então discreta.

Carreira que chega a uma nova fase na Paraíba, Estado que Chambinho escolheu para gravar seu 4º disco. Verdade chega às lojas em 30 dias com 15 faixas inéditas gravadas no estúdio de Dejinha de Monteiro, durante os nove dias que Chambinho passou pela região do Cariri, no último mês de outubro.

De volta à Paraíba (que conheceu em 2009, quando emocionou o Ponto de Cem Réis, junto com a Banda de Pífanos de Caruaru, na abertura do 'São João da Capitá'), Chambinho se apresenta em João Pessoa no sábado, na Boate da Caixa, e dá uma prévia do CD que conta com as participações de compositores paraibanos como Washington Marcelo e Adriano Silva, além de artistas da terra como Flávio José.

“Estou muito feliz com este trabalho que é o primeiro depois do filme”, declara o artista ao JORNAL DA PARAÍBA, avisando: “E não tem nenhuma música de Luiz Gonzaga, viu?”. É imprudência afirmar que agora, dois anos depois da estreia do filme que foi a 4ª maior bilheteria do cinema no ano do centenário de Gonzagão (1912-1989) e se transformou em minissérie exibida pela Rede Globo, Chambinho esteja tentando se desvencilhar completamente do personagem. Nos shows, gibão e chapéu de couro ainda são figurino obrigatório e a grande maioria do repertório é dedicada ao cancioneiro sertanejo da 'Asa Branca'.

“Oitenta por cento do meu repertório é Gonzaga”, avalia. “Seria ingenuidade de minha parte achar que as pessoas vão ficar satisfeitas se eu chegar no show e tocar apenas as minhas próprias músicas”. Ademais, Luiz Gonzaga é uma referência que precede o filme e a fama repentina conquistada a partir dele. Em 2009, Chambinho gravou um disco só com releituras do mestre. “O título é até irônico: Revivendo Luiz Gonzaga. Todo sanfoneiro que se preza tem um pouquinho de Luiz Gonzaga."

PRÓXIMO PAPEL

O esforço para transcender a imagem de 'sósia' do ídolo não fica apenas no disco, que tem ainda homenagem a Dominguinhos (1941-2009) e a voz intensa de Fagner. Como ator, Chambinho está cotado para participar do elenco da trilogia sobre a história de Lampião, que será dirigida pelo cineasta Breno Azevedo.

Ele vai dar vida ao cangaceiro Sabino Gomes Góis (o 'Sabino das Abóboras', que em 1926 atacou a cidade de Cajazeiras, no Sertão), um dos mais temidos do grupo de Virgulino. "Ele era o poeta do bando e acho que por isso o Bruno pensou no meu nome, o que será bom para me desvincular da figura de Gonzaga."

O intérprete que já fez peripécias dignas de Hollywood para merecer em um papel (teve que emagrecer dez quilos em menos de dois meses, comendo só alface em plena ceia natalina, para "caber" no jovem Gonzagão), diz se espelhar em um caso célebre e recente na cinematografia nacional de ator que conduz, paralelamente, uma história de êxito na música: Seu Jorge.

"O cinema é fascinante e é difícil ficar com um pé fora dele.

Estou aberto para convites e quero estudar oportunidades para coadjuvantes. Só de uma coisa eu tenho certeza: protagonista, jamais", confessa Chambinho, que se centra na carreira musical e não perde jamais seu verdadeiro foco. "Nunca posso me esquecer de que meu carro-chefe é a sanfona."

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp