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CULTURA

Francisgleydisson é o melhor de nossos Vingadores na luta contra Thanos

Jamarrí Nogueira comenta sobre o Cine Holliúdy, a nova produção da TV Globo.

Publicado em 12/05/2019 às 0:00 | Atualizado em 13/05/2019 às 8:34


                                        
                                            Francisgleydisson é o melhor de nossos Vingadores na luta contra Thanos

				
					Francisgleydisson é o melhor de nossos Vingadores na luta contra Thanos
Depois dos dois longas ‘Cine Holliúdy’, a franquia acaba de chegar à TV Globo em formato de série. Foto: Divulgação.

O sucesso nas telas de cinema está levando para a TV o talento do cearense Halder Gomes. Depois dos dois longas ‘Cine Holliúdy’, a franquia acaba de chegar à TV Globo em formato de série. Estreia ocorreu na terça-feira passada (e os 10 episódios serão exibidos sempre às terças-feiras). Maior parte deles com menos de 30 minutos de duração. A série é digna de muitas gargalhadas e conta a saga de Francisgleydisson (Edmilson Filho), um apaixonado pela sétima arte, que precisa enfrentar o avanço da popularização da televisão no interior nordestino, na década de 1970. Uma série perfeita para quem busca algo leve e está pronto para rir. Dá para fazer uma maratona e assistir à temporada inteira em um fim de semana (GloboPlay)...

Roteiro final passa pelas mãos de Márcio Wilson e Cláudio Paiva. Já a direção artística é de Patrícia Pedrosa, tendo o próprio Halder como um dos diretores. Diferente dos filmes, a história da série é ambientada na fictícia cidade de Pitombas, Sertão do Ceará (enquanto nos filmes o enredo é baseado em Pacatuba, município real, ao lado de Fortaleza). Apesar das mudanças, a essência é a mesma dos filmes: a luta de Francisgleydisson pela resistência de seu cinema frente à chegada da TV.

A chegada do equipamento à cidade é patrocinada pelo prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele), um corrupto de mão cheia, casado com Maria do Socorro (Heloísa Perissé). Nachtergaele e Perissé são dois talentos, indiscutivelmente, mas não estão em seu melhor momento (apesar das muitas risadas que arrancam do espectador). Nachtergaele – algumas vezes – parece repetir João Grilo (personagem que fez com maestria no filme ‘Auto da Compadecida’).

Francisgleydisson tem como melhor amigo o engraçadíssimo Munízio (interpretado pelo excelente Haroldo Guimarães) para manter o cinema. O mocinho se encanta pela belíssima Marilyn (Letícia Colin), enteada do prefeito, e que se torna uma outra parceria na luta pelo cinema. Mais: Marilyn se torna estrela dos filmes produzidos por Francisgleydisson (com o patrocínio da Prefeitura).As situações bem engraçadas valorizam as variações sócio-linguísticas da região do Ceará.

Haroldo Guimarães, aliás, é advogado, mas mostra ser excelente como comediante. Ele forma uma grande dupla com Edmilson Filho (Francisgleydisson). Outra dupla em total sintonia é formada por Carri Costa e Solange Teixeira, que vivem Lindoso (comerciante e opositor do prefeito) e a esposa Solange, apaixonada pelas novelas. Também tem Gustavo Falcão como Seu Jujuba (assessor do prefeito) e Frank Menezes como Delegado Nervoso. Letícia Colin (Marilyn) tem uma certa apatia interpretativa, mas não compromete a série nem está em seu pior papel. Dá para o gasto...

Dois dos episódios capricham no tema terror e têm participações muito boas de Ney Latorraca e Ingrid Guimarães. A série também conta com participações especiais de Miguel Falabella, Chico Diaz, Tonico Pereira e Batoré. Participações bem funcionais...Destaque para a narração do cantor cearense Falcão, que interpreta o cego Isaías nos dois filmes e ainda forma dueto com a paraibana Elba Ramalho na música de abertura da série, uma espécie de repente em que são evidenciadas as qualidades da TV e do cinema: “Um é bom. O outro é melhor”, canta a dupla na vinheta de abertura.

Importante registrar que, em março deste ano, ‘Cine Holliúdy 2 — A chibata sideral’ chegou a superar o blockbuster ‘Capitã Marvel’ nas bilheterias do Ceará. Obviamente, essa temática vale um comentário: o atropelamento do cinema brasileiro por aquilo que é produzido nos Estados Unidos é ‘inevitável’. O mais recente blockbuster americano – ‘Vingadores – Ultimato’ - chegou a ocupar mais de 90 % de nossas mais de 3 mil salas comerciais. Quase tirou de cartaz filmes nacionais como ‘De pernas pro ar 3’, longa que já havia sido visto por 1 milhão de espectadores, mas teve de amargar uma redução de plateia por falta de espaço para exibição. O atropelamento de ‘Vingadores’ afetou até mesmo filmes americanos como ‘Shazam!’.

O atropelamento ser ‘inevitável, todavia, não quer dizer que tenhamos que aceitar caladinhos os abalroamentos constantes e as muitas sequelas decorrentes disso. Somos espectadores colonizados sim e nunca a falta de incentivo ao audiovisual foi tão cruel. Embora não seja a melhor das soluções, parece ser um caminho interessante a parceria entre cinema e TV. Franquias nacionais precisam ser fortalecidas, também, através da força da televisão, em uma tentativa de gerar plateia. Diria que Francisgleydisson é o melhor de nossos Vingadores na luta contra Thanos (o vilão maior de ‘Vingadores – Ultimato).

Pois bem... a série ‘Cine Hollyúdi’ – que ainda terá nove episódios nesta temporada (todos eles bem leves e divertidos) – está a serviço do fortalecimento do cinema nacional sim. Há a possibilidade da próxima etapa da franquia, diante do sucesso dessa série, ter novos espectadores... ‘Cine Hollyúdi’ tem um quê de Cine Paradiso. Halder Gomes sabe fazer graça. Que ‘Cine Hollyúdi’ saiba fazer plateia... E que isso seja ‘inevitável’.

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Angélica Nunes

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