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CULTURA

Geneton Moraes Neto faz aula inaugural de mestrado de jornalismo

O evento, gratuito, conta ainda com uma apresentação do grupo musical Paraibones.

Publicado em 21/04/2013 às 8:00

“É uma temeridade. Eu não sou professor”, exclama, aos sorrisos, Geneton Moraes Neto, por telefone. Tal ‘precipitação’ – ou, oficialmente, ‘aula inaugural’ do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo e Mestrado Profissional da UFPB – acontecerá amanhã, às 19h30, na sala de concertos Radegundis Feitosa, no campus universitário de João Pessoa.

O evento, gratuito, conta ainda com uma apresentação do grupo musical Paraibones.

Depois de 40 anos “na janela” fazendo jornalismo, o pernambucano explica que a ‘aula’ será uma conversa com o público sobre as suas experiências na área, onde transitou por vários veículos na imprensa escrita e televisiva.

Atualmente trabalhando na Globo News, Geneton é autor de livros como Dossiê Drummond: A Última Entrevista do Poeta e já realizou documentários como Canções do Exílio (2010), com depoimentos de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Jards Macalé sobre o período em que viveram na Europa devido à Ditadura Militar, e o recém-lançado Garrafas ao Mar - A Víbora Manda Lembranças, resultado de 22 anos de convivência com “o maior repórter brasileiro”, Joel Silveira (1918-2007).

“Especificamente na área de cultura há um problema no jornalismo do Brasil: o tom excessivamente congratulatório das matérias e entrevistas, especificamente com as celebridades”, alerta. “Vira um instrumento de ‘oba-oba’”.

‘GLAUBERIZAÇÃO’
Para o pernambucano, um dos fundamentos para o exercício jornalístico reside em jamais perder a capacidade de se espantar diante dos fatos e da vida e não sofrer do que ele chama de “vírus da SFE” (Síndrome da Frigidez Editorial).

“Jornalista entediado é a pior coisa do mundo”, aponta, confessando sua paixão pelo ofício, apesar de não ter contemplações. “É uma luta terrível tentar manter a inocência do início”.

De acordo com Geneton, outro ponto para evitar a cultura do ‘oba-oba’ é o jornalista não se contentar com pouco e simplesmente noticiar.

“É importantíssimo formar uma consciência crítica, onde podemos transmitir opiniões e pontos de vista. A cultura está precisando de um pouco da ‘glauberização’ de ideias novas, quebrar o óbvio. Todas as coisas interessantes na História da humanidade vieram de rupturas”.

Relembrando um encontro em 1994 com o correspondente de guerra da CNN, o neozelandês radicado nos Estados Unidos Peter Arnett: “Acreditar no que se faz é importante, mesmo que não seja tão importante assim”.

Nessas quatro décadas dedicadas ao jornalismo, uma das entrevistas mais marcantes de Geneton Moraes Neto aconteceu em 1978 com o ‘anjo pornográfico’ Nelson Rodrigues (1912-1980).
“Ele é um personagem inesquecível. A entrevista foi durante a partida de futebol de Brasil e Peru. Ele pediu para tirar o som da TV, mas mesmo assim vibrou com o jogo”.

O testemunho do caloroso encontro do escritor e “o repórter de Pernambuco” – um “ilustre desconhecido” de 21 anos que Nelson saudava como se encontrasse um amigo – pode ser conferido no blog assinado pelo jornalista, o Dossiê Geral (g1.globo.com/platb/geneton). “Acho que só daqui a cem anos poderá aparecer um cronista como Nelson Rodrigues”.

DESSACRALIZADO
No atual caos das informações fabricado pelo ‘tsunami’ da internet, Geneton observa que essa explosão abalou as estruturas do jornalismo tradicional, dessacralizando a figura do jornalista.

“Independente do abalo físico, vai ser sempre necessário a figura de alguém que hierarquize as perguntas e apure os fatos”, avisa entre as conjecturas sobre o futuro, complementando que produzir informação de qualidade e credibilidade também deve estar no processo.

“Parece até que estou pontificando uma lição de moral para os outros com essas afirmações”, frisa. “Mas eu tenho minhas opiniões sobre o ‘oba-oba’ do jornalismo”.

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Jornal da Paraíba

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