Aos 88 anos, ninguém é mais obrigado a ter paciência, nem Geraldo Vandré. O paraibano pareceu impaciente durante uma entrevista coletiva em João Pessoa, nesta quarta-feira (6).
Um documentário sobre o exílio do cantor e compositor paraibano de 88 anos, durante a ditadura militar, será exibido na noite desta quarta-feira (6), no encerramento do Fest Aruanda 2023.
Direto e com respostas curtas, Vandré pouco lembrou momentos de sua vida e carreira. Um dos fatos sobre sua obra confirmados durante a entrevista foi que improvisou o refrão de ‘Pra Não Dizer que Não Falei das Flores’ no Maracanãzinho, em 1968, quando se apresentou no Festival Internacional da Canção.
Outro detalhe revelado na entrevista sobre a icônica canção foi que, apesar de ter sido registrada na discografia de Geraldo Vandré como “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”, na verdade, o título é “falei de” ao invés de “falei das”.
Na ocasião, estiveram presentes pessoas de diferentes gerações, inclusive adolescentes que levaram seus discos para Geraldo Vandré autografar.
Mesmo breve, a discografia do paraibano atravessa os anos. Recentemente, seu maior sucesso “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” foi cantado em hebraico durante um protesto em Israel, contra o primeiro ministro Benjamin Netanyahu.
Ao ser questionado sobre como se sente ao ver a relevância permanecer através dos anos, Vandré respondeu de forma despretensiosa, como quem não vê importância na notoriedade.
“O que você quer que eu diga? (…) Eu nao entendo hebraico”.
Todos os presentes riram. Os grandes também se cansam.
Não nos surpreende que tenha poucas palavras. Vandré foi “adotado” pela ditadura civil militar empresarial em 1973 como garoto propaganda “arrependido”. Voltou do Chile já no esquema de ir pra tv se retratar e fazer um papelão na “reportagem” fictícia pro Jornal Nacional posando no aeroporto do Galeão e fingindo que tinha chegado naquele instante quando já estava no Brasil há mais de um mês sob custodia. Nessa palhaçada (desculpem-me nobres artistas de circo), ele atribuiu à “esquerda” um cunho político que disse nunca terem tido suas composições (pasmem). O Brasil todo viu indignado incluindo “o locutor que vos fala” que à época estava na mais dura resistência clandestina pelejando contra “as cadeias da intriga” que planejava nos prender e sumir com nossos corpos como fizeram com o estudante de Medicina da UFPB João Roberto Borges que era companheiro de Socorro Fragoso (Jô Moraes).
Saudações aos meus conterraneos. Antonio Soares de Lima Filho – Toinho Help – ex presidente da UPES e do Cineclube Linduarte Noronha.
DEZ VIDAS TIVESSEMOS, DEZ VIDAS DARIAMOS!
“É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar” -Geraldo Vandré. 🤔😉✊
Esta figura execrável é mascote da Aeronáutica faz décadas. Compôs uma canção em homenagem à FAB intitulada “Fabiana”.
Não entendi o porquê debo terem chamado pro Fest Aruanda e outros eventos na “terrinha” mesmo depois dele ter retirado uma faixa em homenagem a Marielle Franco aí mesmo no Espaço Cultural José Lins do Rego. Estão idealizando um Vandré que não existe mais há 50 anos. Tornou-se um espantalho de si mesmo.
E o pior é que geraldo vandré tem razao. E ninguem entendeu.