CULTURA
Gravadora quer lançar discos do Quinteto da Paraíba no mundo virtual
Ideia foi revelada pelo diretor artístico da Kuarup Discos. Grupo paraibano ainda não recebeu uma proposta formal.
Publicado em 13/03/2016 às 10:00
A Kuarup Discos, importante gravadora que detém no seu acervo artistas paraibanos como Vital Farias e Sivuca (1930-2006), está querendo colocar o repertório do Quinteto da Paraíba (cuja boa parte da discografia foi lançada por ela) no mundo virtual através dos serviços de streaming de músicas. A informação partiu do diretor artístico da gravadora, Rodolfo Zanke.
O grupo paraibano, no entanto, não recebeu ainda uma proposta formal, segundo o músico Xisto Medeiros, integrante do quinteto. “Será importante a entrada nesse novo mundo”, garante o instrumentista, que tem seu álbum solo mais recente, Black Xistus (2013), disponível nessas plataformas virtuais.
Fisicamente, Xisto aponta que a maioria dos discos protagonizados pelo grupo são cada vez mais raros no mercado: desde o Armorial & Piazolla (1994), passando por Capiba & Gonzagão (1997) – entre o maracatu e “o universo de (César) Guerra-Peixe (1914-1993)” –, até A Pedra do Reino (2001) e “a pesquisa sonora de uma linguagem eletrônica” de Nau Capitânia de Itamaracá (2005).
O paraibano acha que o álbum físico Música Armorial, lançado em 1995 pela britânica Nimbus Records, é o mais fácil de se garimpar.
Mas não pense que o Quinteto da Paraíba ficou parado por dez anos. Considerado o responsável pelo resgate do Movimento Armorial que dialoga entre o erudito e o popular, o grupo participou de vários projetos como trilha sonora para o cinema, apresentações pelo país e pelo mundo afora, com concertos na América Latina e Europa, além de parcerias com nomes como o conterrâneo Chico César e o pernambucano Lenine.
“Cada vez mais vem crescendo e sendo valorizada essa cultura da música instrumental”, analisa Xisto Medeiros. “Existe uma ousadia de provocar a sensação de algo novo. O quinteto colocou algo que nunca foi feito: o contrabaixo vira zabumba, transformar um violoncelo num marimbau e um violino numa rabeca”.
Dentre os vários projetos recentes envolvendo os músicos, há participação no disco da banda gaúcha de rock Nenhum de Nós, intitulado Sempre É Hoje, e no inédito álbum da ex-The Voice Brasil potiguar Khrystal, gravado no mês de janeiro.
Quando vem um novo disco 'solo' dos paraibanos? “Qualquer outro grupo ficaria meio aflito para responder”, comenta Xisto. “Sem exagero nenhum, a gente tem pelo menos dois discos de arranjos de Piazolla, uns três de compositores que buscam a nordestinidade do quinteto, fora os projetos que podemos fazer revisitando os clássicos dos clássicos como Strauss. Temos um manancial de pelo menos uns dez discos”.
Enquanto esses projetos não saem do papel para a afinação dos instrumentos do grupo, eles estão se preparando para concertos agendados no segundo semestre para o Estado de São Paulo.
Atualmente, além de Xisto no contrabaixo, o Quinteto da Paraíba é formado por Yerko Tabilo (1° violino), Thiago Formiga (2° violino), Ronedilk Dantas (viola) e Nilson Galvão (violoncelo).
“Estamos numa fase muito boa. As peças estão bem encaixadas”, afirma Medeiros sobre os rumos do quinteto.
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