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CULTURA

Graxa aproxima tradições

Em cartaz pelo último final de semana no Centro Cultural Piollin, espetáculo Déjà Vu do Grupo Graxa reúne diferentes autores.

Publicado em 08/12/2012 às 6:00


Três autores teatrais, de três tradições dramatúrgicas distantes geográfica e temporalmente, mas que se encontram em Déjà Vu, espetáculo do Grupo Graxa de Teatro em cartaz pelo último fim de semana no Centro Cultural Piollin, em João Pessoa.
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Um texto que é uma miríade em três atos de cenas das peças de Nelson Rodrigues (Anjo Negro, Álbum de Família, Os Sete Gatinhos e Perdoa-Me Por Me Traíres), Shakespeare (Macbeth, Romeu e Julieta e Hamlet) e Sófocles (Antígona, Édipo Rei e Édipo em Colono), nesta ordem, amarradas pelo diretor Antônio Deol relembrando o primeiro exercício autoral do Graxa, que volta aos palcos com o elenco renovado (do original, só Cely Farias, que se reveza com Kassandra Brandão na temporada, permanece).

Apesar de heterogêneos, no tocante sobretudo aos figurinos de Maurício Germano (um dos pontos fortes da encenação, já que atores trocam de roupa no próprio espaço cênico, sem coxias), os atos seguem um formato padrão, marcado por quatro focos de luz pousados entre o público que são cobertos à medida que a ação vai avançando.

A iluminação de Jorge Bweres se destaca com o uso de lanternas, que no segmento dedicado a Shakespeare convertem-se em espadas que servem aos duelos que saltam das páginas do Bardo.

A coreografia dos atores também rende momentos criativos, principalmente no ato rodrigueano, quando a mobilidade é mais explorada. É aí que a intensidade dramática do Joevan Oliveira, um dos melhores em cena, junto com a veterana Cely Farias, se faz mais notável, uma surpresa para quem o viu ainda meio 'verde' em Entre Quatro Paredes.

A premissa do título justifica-se bem em uma das sequências mais ambiciosas, quando a movimentação dos atores e sonoplastia remetem a um 'rewind' cinematográfico, propondo um retorno a um ponto anterior da narrativa, com os personagens voltando às suas marcações prévias enquanto falam 'ao contrário'.

Isso se repete ao final do espetáculo, em um epílogo que faz uma réplica em antípoda dos entreatos, quando os atores dão uma introdução informal do que estaria prestes a ser visto pelo espectador.

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Jornal da Paraíba

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