CULTURA
'Hamlet' mascarado
'Hamlet' comemora os 20 anos do Grupo Clowns e fica em cartaz neste sábado (6) e domingo (7) no Teatro do Sesi, na capital.
Publicado em 06/04/2013 às 6:00
Para o diretor Marcio Aurelio, Hamlet propõe uma poética da representação. A obra mais canônica do Bardo Inglês, que possibilitou o encontro do diretor paulista com o grupo potiguar Clowns de Shakespeare, será apresentada hoje e amanhã em João Pessoa.
A montagem, que comemora os 20 anos do Clowns e a conclusão de um projeto de manutenção da Petrobras, fica em cartaz neste sábado, às 20h, e domingo, às 19h no Teatro do Sesi (no Centro da capital).
Abdicando do regionalismo característico de seu trabalho anterior, Sua Incelença, Ricardo III (2010), os Clowns acolheram as concepções estéticas de Márcio Aurélio, calcadas em uma visão mais contemporânea em torno de Shakespeare.
"Neste trabalho, o grupo sai um pouco da estética que é impressa ao longo de toda a sua história a partir do diálogo com o diretor que propôs uma linguagem mais contemporânea do que a que nos era costumeira", afirma o ator Cesar Ferrario, intérprete dos personagens Polônio e Laertes.
O intercâmbio do grupo com Márcio Aurélio começou em 2007, com uma série de cinco encontros que ocorreu durante uma residência do coletivo no Teatro da Universidade de São Paulo (Tusp).
"O Márcio Aurélio tornou-se um centro organizador do espetáculo", explica o ator. "O Shakespeare que ele nos apresentou ecoou muito dentro do grupo e jamais foi esquecido".
Segundo Cesar Ferrario, as máscaras utilizadas em cena são um recurso que exemplifica os vários níveis de representação presentes no texto: desde a representação teatral, da trupe que prova a culpa pelo assassinato do pai de Hamlet, até a representação da realidade, das 'máscaras sociais' reveladas pelos personagens.
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