Henry Zambramo: palhaço com ar de ditador

Falta menos de meia hora para o início do espetáculo. Do espelho, um Charlie Chaplin com ares de ditador é quem inspira a rotina diária do venezuelano Henry Zambrano, uma das figuras mais festejadas do Tihany Spectacular.

Vestido com um robe vermelho em que exibe dezenas de bottoms dos países que visitou, o 'Rei dos Palhaços' (como se lê na inscrição em inglês estampada nas costas de seu roupão) faz a própria maquiagem entre nuvens de pó branco e spray fixador.

“Tenho que ser rápido”, diz Henry, enquanto enrola um fio de cabelo que insiste em escapar do estranho penteado de seu personagem. Foi ele que, há dois anos, fascinou os olheiros do Circo Tihany, em passagem pelas ruas de uma Europa que a família Zambrano visitava como trupe itinerante.

“Não sei como vim parar no circo, quando cheguei ao mundo já estava tudo preparado”, afirma o palhaço, que é membro da quinta geração de um clã de mestres equilibristas e narizes vermelhos da Venezuela.

“Comecei a andar no arame aos cinco anos”, lembra Henry, que também executa o número na enorme tenda armada no estacionamento do Carrefour, em João Pessoa.

“Sou uma pessoa feliz e amo o circo, que é a minha verdadeira família”, confessa pouco antes da entrada de sua esposa, companheira de lona junto com seu pai e irmãos.

Atração desde o início do mês no Circo Tihany, em João Pessoa, Henry prepara-se para pegar a estrada novamente. Domingo será a data de suas três últimas apresentações em João Pessoa: às 11h, 16h e 19h30. Da capital paraibana, Henry ruma com o Tihany para Campina Grande, onde as apresentações começam dia 30.