CULTURA
Herbert Vianna por ele mesmo
Fazendo uma retrospectiva das canções que escreveu e não gravou, Herbert Vianna constatou que a maioria foi parar na voz de mulheres.
Publicado em 02/12/2012 às 20:15
Após 12 anos sem se dedicar a um projeto solo desde O Som do Sim, o cantor e compositor paraibano Herbert Vianna usou o intervalo entre as atividades da banda Os Paralamas do Sucesso para gravar Victoria. Lançado pelo Selo Oi Música, o álbum traz versões do artista para músicas que até então não tinham sido interpretadas por ele.
Fazendo uma retrospectiva das canções que escreveu e não gravou, Herbert Vianna constatou que a maioria foi parar na voz de mulheres. “De alguma maneira, isso é reflexivo de um grau de sintonia com referências da sensibilidade feminina. Foi com aquela música que eu compus com a Paula (Toller), ‘Nada por mim’, que vi como aquilo na voz dela ficou de uma amplitude tão colorida, tão bonita”, disse o músico na entrevista de lançamento do disco.
Victoria traz algumas faixas bastante conhecidas do público. São músicas que emplacaram nas vozes de cantoras como Ivete Sangalo (‘A lua que eu te dei’ e ‘Se eu não te amasse tanto assim’), Daniela Mercury (‘Só pra te mostrar’), Paula Toller (‘Derretendo satélites’ e a já citada ‘Nada por mim’), Ana Carolina (‘Pra terminar’) e Zizi Possi (‘Só sei amar assim’). ‘Canção pra quando você voltar’, gravada pelo amigo Leoni, também está no CD.
Para enfrentar o desafio de regravar músicas que fizeram sucesso com outros intérpretes sem deixar cair na mesmice, Herbert Vianna contou com a colaboração de Chico Neves, produtor musical de discos dos Paralamas e bandas como O Rappa e Los Hermanos. “Experimentamos vários caminhos até encontrar coisas para evitar esse espírito de repetição entre as canções e não parecer que é algo linear”, observa Herbert.
O resultado é um disco de sonoridade crua, clima caseiro e sutil. É quase como se o ouvinte pudesse se imaginar em uma reunião entre amigos, dessas em que se toca violão sentado no chão, jogando conversa fora. A singeleza, entretanto, não significa falta de zelo técnico.
“Chegou a hora de mixar o disco, eu comecei a mexer e percebi o que estava estragando. Não tinha que mexer em nada! Porque foi perdendo toda a atmosfera”, aponta o produtor Chico Neves. “A gente foi criando, durante o processo, uma forma de ouvir aquilo.
Soou uma coisa muito intimista e ao mesmo tempo muito elaborada e lapidada. O disco já estava pronto!”, conta.
O novo álbum solo foi intitulado Victoria em homenagem ao primeiro nome da esposa do compositor e mãe de seu filho Lucca, Lucy Needham Vianna, morta em 2001 no acidente de ultraleve em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que deixou o cantor paraplégico.
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