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CULTURA

Heróis não viram estátuas

'Uma História de Amor e Fúria', animação vencedora do Festival de Animação de Annecy, na França ganha versões em DVD e Blu-ray.

Publicado em 17/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:37

“Viver sem conhecer o passado é viver no escuro”, repete, ao longo do filme, o protagonista de Uma História de Amor e Fúria (Brasil, 2012), animação que foi o grande vencedor do Festival de Animação de Annecy, na França, e acaba de ganhar suas versões para DVD e Blu-ray.

Primeiro longa-metragem dirigido por Luiz Bolognesi, roteirista de produções como Bicho de Sete Cabeças (2001) e As Melhores Coisas do Mundo (2010), o filme ressalta momentos históricos do Brasil junto com uma relação amorosa entre um imortal (na dublagem de Selton Mello) e as reencarnações de Janaína (voz de Camila Pitanga) por 600 anos.

“O roteiro une duas coisas que gosto muito: História do Brasil e história em quadrinhos”, aponta o diretor. “Como a minha formação é de roteirista, sei que a animação oferece possibilidades ilimitadas na narrativa. Se eu fizer um filme live action, não posso escrever uma cena em que tenha uma guerra no século 16 entre Tupis e Tupinambás. Também não posso descrever um Rio de Janeiro daqui a 60 anos com uma nave espacial voando pela cidade. No desenho animado isso não é um problema”.

Além de Selton Mello e Camila Pitanga, a produção ainda conta com a participação de Rodrigo Santoro, que empresta sua voz para interpretar um chefe indígena e um guerrilheiro nos ‘Anos de Chumbo’.

Uma História de Amor e Fúria começa em um futuro distópico na ‘Cidade Maravilhosa’ no ano 2096, onde a água é um produto mais valorizado do que o petróleo ou qualquer outra riqueza no mundo. A partir deste ponto, a animação é narrada em flashback pelo protagonista, que remonta suas origens como um índio tupinambá em 1566, onde ele é escolhido para combater Anhangá – a força representante de todo o mal.

“Escolhi os quatro momentos que queria abordar: a chegada dos europeus vista pelos índios, a revolução negra, a resistência ao Regime Militar e uma perspectiva de visão do futuro”, descreve Bolognesi. “Comecei a pesquisa em 2002, o primeiro tratamento do roteiro ficou pronto em 2004. Depois vieram vários tratamentos, o último aconteceu em 2010. O filme ficou seis anos em produção, uma característica absolutamente diferente dos filmes de live action”.

Para simbolizar a imortalidade do personagem, toda vez que ele ‘morre’ vira um pássaro, que fica vagando até reencontrar Janaína e continuar sua batalha contra Anhangá.

O segundo momento no filme é o único que não se passa no Rio de Janeiro. Quase três séculos depois que os tupinambás foram dizimados pelos portugueses na Guanabara, os soldados de Luís Alves de Lima e Silva – o futuro Duque de Caxias – contêm a Balaiada (1838-1841), a famosa revolta de escravos no Maranhão.

Segundo o realizador, ele queria mostrar o momento em que o Brasil arregimentou seu próprio exército (antes, as insurreições eram contidas por pequenas volantes) e o início do cangaço. O filme de Luiz Bolognesi questiona também o status de ‘pacificador’ de Duque de Caxias, evidenciando a máxima que a História é contada pelo lado ‘vencedor’.

“Meus heróis não viraram estátuas, morreram lutando contra aqueles que viraram”, murmura Selton Mello no final do segundo ato. “Falamos muito do holocausto judeu, mas não sabemos do maior holocausto da história da humanidade que aconteceu aqui com as civilizações americanas”, frisa o diretor.

EXTRAS

Tanto no DVD quanto no Blu-ray de Uma História de Amor e Fúria, os bônus contém cenas excluídas, o trailer de cinema, o videoclipe com Camila Pitanga interpretando a música ‘Morada boa’ (do grupo 3 na Massa), um pequeno featurette sobre as etapas da animação, teste com Selton Mello e Pitanga falando em tupi-guarani e um extenso making of sobre a produção.

Finalizando os extras, na seção ‘Só para Educadores’, Luiz Bolognesi explica e orienta os professores que poderão usar o filme na sala de aula.

Imagem

Jornal da Paraíba

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