House of Cards chega à segunda temporada

A história de um congressista americano, traído politicamente pelo presidente que ajudou a eleger, e suas artimanhas nem um pouco escrupulosas para se vingar do commander-in-chief está no epicentro de uma revolução nas séries de televisão.

Não só House of Cards tem um enredo de alto teor político, conquistando fãs do naipe de Barack Obama e Dilma Rousseff, como chegou chegando para revolucionar o conceito de séries.

De uma tacada só, seus 13 episódios foram disponibilizados, eliminando a espera pelas semanas seguintes.

Longe de canais fechados ou abertos, House of Cards corre solta pela internet, através do Netflix, que a produziu para ser exibida, através do aplicativo, em uma infinidade de equipamentos “smarts” (TVs, celulares etc) com acesso a web, ou até mesmo na tela do computador.

O Netflix já foi chamado de “locadora virtual”: por R$ 16,90 mensais, o usuário pode aderir ao serviço e ter uma infinidade de filmes, documentários, shows e séries, até mesmo as badaladas na TV, como Breaking Bead e American Horror Story.

Mas o forte mesmo é o conteúdo exclusivo do serviço.

Depois do sucesso de House of Cards, o Netflix ganhou fôlego para apostar em novas séries. Fez a comédia Orange Is the New Black, o horror Hemlock Grove e ainda resgatou a clássica Arrested Development, produzindo episódios inéditos.

Mas House of Cards, com seu acabamento de cinema, é um caso único até aqui. Levada às telas pelo roteirista Beau Willimon (indicado ao Oscar por Tudo Pelo Poder) e produzida por David Fincher (Clube da Luta) e Kevin Spacey (Beleza Americana), a primeira temporada arrebatou quatro indicações ao Globo de Ouro (Robin Wright levou a de Melhor Atriz), fazendo história ao ser a primeira série não produzida para TV a figurar no segundo prêmio mais importante do audiovisual norte-americano (só fica atrás do Oscar)

Spacey e Wright são as estrelas do show. Ele é o deputado Frank Underwood que é passado para trás pelo presidente eleito com ajuda do congressista. O troco é dado com um plano que envolve lançar o azarão Peter Russo (Corey Stoll) ao governo da Pensilvânia, numa afronta ao presidente.

Robin Wright é a esposa de Underwood, Claire, mulher de personalidade própria que lidera uma ONG com atuação em países em desenvolvimento. Entre traições amorosas, manipulações junto à imprensa e estratégias inescrupulosas, o cínico Underwood conversa com o espectador, transformando-o em cúmplice de sua pilantragem política.

NOVAS TEMPORADAS
Na próxima sexta-feira, a segunda temporada de House of Cards estreia no serviço de streaming em um estrondoso lançamento mundial, com direito a avant prémiere no badalado Festival de Cinema de Berlim, que teve início na última quinta-feira.

Serão mais 13 episódios novinhos em folha que estarão disponíveis (todos eles) nos países onde o Netflix atua (Brasil incluso). Nesta temporada, o casal Underwood segue em sua escalada ao poder na base da chantagem e puxada de tapete, seguido de perto pela jornalista Zoe Barnes (Kate Mara), disposta a expor os crimes praticados pelo deputado.

Na terça-feira passada, o serviço anunciou a terceira temporada da série, confirmando Kevin Spacey e Robin Wright no elenco. Ainda não há data para o lançamento dessa terceira empreitada. A primeira temporada continua disponível no Netflix e em DVD.