Humberto solo, pero no mucho

Há uma falsa impressão transmitida por Insular, nome que batiza o CD do ano passado e o DVD que Humberto Gessinger lança este ano com turnê que passa hoje por João Pessoa: o show solo não mostra o homem em sua ilha, mas em seu arquipélago, junto com os músicos Rodrigo Tavares (guitarra) e Rafael Bisogno (bateria).

" Percebi que sempre fui muito fechado no meu trabalho. Nesse sentido, Insular é uma abertura. Nunca gravei um disco com tantas participações. Só decidi colocar meu nome na frente por se tratar de um disco sem uma banda fixa me acompanhando", afirma Gessinger, que se apresenta às 23h30, no Clube Cabo Branco. Os ingressos custam de R$ 40,00 (pista promocional) a R$ 70,00 (área vip).

O ex-Engenheiros do Hawaii revela: estava nostálgico do clima de banda. "Eu estava com saudade das possibilidades que uma banda oferece", ressalta. "Estava compondo muito, mas me sentia um pouco perdido em relação ao meu próprio material, não entendia muito bem o que as músicas novas queriam ser… até que, numa noite, tirei o baixo do case e comecei a tocá-las. Num instante, tudo fez sentido."

No bom e velho baixo, o cabeludo toca canções do disco e de todas as fases de sua carreira. "Acho que todo artista, com sua arte, cria um mundo próprio. Uma ilha. O bacana é que essa ilha dialogue com outras ilhas, sem perder o que tem de mais pessoal", filosofa. "Essa foi a ideia que me guiou durante as gravações, no trabalho com os vários músicos que participam do disco."

Sobre o Pouca Vogal, projeto com Duca Leidecker querido pelos paraibanos, Gessinger revela que ele pode voltar no futuro. Assim como sua literatura. "Estou escrevendo, mas está muito no início." (Tiago Germano)