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CULTURA

'I am mother' discute filosofia, moral e ética a partir da força da tecnologia

Colunista do Jornal da Paraíba avalia longa de ficção científica disponível na Netflix.

Publicado em 01/09/2019 às 7:00 | Atualizado em 01/09/2019 às 17:10


                                        
                                            'I am mother' discute filosofia, moral e ética a partir da força da tecnologia

Em cena, as atrizes Clara Rugaard e Hilary Swank, além da voz da atriz Rose Byrne. Pronto. Esse é o elenco inteiro do filme 'I am mother', um longa-metragem de ficção científica bastante tenso e que discute filosofia, moral e ética a partir da força da tecnologia. O relacionamento entre humanos e robôs é bem retratado em sua complexidades. Além das boas atuações, um dos pontos interessantes desse filme da Netflix é o final 'em aberto'...

'Mother' é um robô com inteligência artificial que parece ter sido criado por humanos para auxiliar a nossa raça a renascer após um evento que causou a extinção da vida na Terra. Maior parte do filme se passa em um bunker tecnológico com milhares de embriões humanos. O longa tem início com o desenvolvimento de um desses embriões. A passagem de tempo mostra o crescimento de uma menina (chamada de Filha).

Esse cuidado e esse zelo do robô para com a criança em desenvolvimento será o ponto central de um dos plot twists do filme... Um plot twist espartano... A Mãe é assustadoramente convincente. A voz de Rose Byrne é sempre afetuosa e fria, leve e tranquila, mesmo quando assustadora, opressora e violenta. Essa amálgama de percepções (bem e mal) é perfeita. O visual do robô ajuda nessa junção. Mother tem, por exemplo, olho de ciclope (aterrorizador!!!).

A humana, chamada apenas de Filha, é interpretada por Clara Rugaard-Larsen ('Espírito Jovem'). Sua relação de respeito e amor a Mother começa a mudar quando outra humana aparece no bunker. A personagem interpretada pela excelenteHilary Swank ('Menina de Ouro'). É a partir dessa chegada que o filme ganha velocidade e maior nível de debate moral, ético e filosófico. Nesse ponto, palmas para o diretor estreante Grant Sputore.

O roteiro é misterioso e propõe um fim 'em aberto'... Também tem perguntas sem respostas e mesmo informações conflituosas, mas nada que comprometa o longa ou que o torne um filme ruim. 'I Am Mother' é um bom ponto de partida para um debate (algo importante nesse gênero).

Com quase duas horas de duração, o filme é ágil e tem ritmo intenso (apesar do cenário monótono e sombrio), prendendo a atenção do espectador. É um longa para amantes da ficção científica, mas principalmente para quem se interessa por debates filosóficos. Se não gosta de ficção científica nem desse tipo de debate, ainda assim, 'I a mother' é recomendável pela qualidade interpretativa de Clara Rugaard, Hilary Swank e Rose Byrne. Não deixe de ver.

*Jamarrí Nogueira escreve sobre arte, cultura e comportamento no Jornal da Paraíba aos domingos

Imagem

Angélica Nunes

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