icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Jessier Quirino solta a voz no lançamento do livro/CD Berro Novo

Poeta lança livro Berro Novo – Poesia Dita, Escrita e Musicada, que vem acompanhado de um CD no qual o poeta canta ao lado de astros como Dominguinhos e da Orquestra Spok de Frevo e Xangai.

Publicado em 27/11/2009 às 8:22

Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba

O carro para em uma estrada poeirenta do interior cearense. No volante, o poeta Jessier Quirino. O destino era a cidade de Milagres. A certa altura, foi necessário pedir informações sobre o trajeto. “O senhor vai em frente, quando chegar lá em Papai Noel, pegue à direita e vai encurtar tantos quilômetros”., informou uma moradora. “Papai Noel” era o curioso nome do posto de gasolina na cidade de Juazeiro do Norte. No local, Jessier foi reconhecido por um funcionário.

Com mais de dez anos de estrada e com participações em programas de televisão como o Programa do Jô, o rosto de Jessier está cada vez mais conhecido. Após dar autógrafo, o moço do posto pediu para tirar foto com o ídolo. Sacou um celular da cintura e tirou uma foto fazendo o sinal com o dedo de “legal”. “Se você quiser, eu poderia botar no teu blutuf”. Jessier reagiu como um bom sertanejo: “Êpa, rapaz, bote no seu!”. Era a primeira vez que o poeta ouvia falar naquele nome.

O episódio se parece demais com os causos que o próprio Jessier conta, por mais que ele jure pelos “bruguelos que meus filhos hão de ter”, que o acontecido foi verdade. O fato está narrado nas primeiras páginas do livro Berro Novo – Poesia Dita, Escrita e Musicada (Edições Bagaço, 133 págs.), que vem acompanhado de um CD no qual o poeta canta ao lado de astros como Dominguinhos e da Orquestra Spok de Frevo e Xangai. Nesta sexta-feira (27) e no sábado (28), às 21h, no Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa, Jessier Quirino faz o lançamento de seu CD/livro.

Acesse mais opções de lazer na Agenda Cultural.

Será uma apresentação com o grupo que o acompanha – o poeta não gosta muito de chamar de “banda”não. Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Na própria apresentação do livro e em muitas de suas falas, Jessier porta-se como uma espécie de zelador de nossas “miudezas”. “Sejam elas do presente ou do passado. Por miudezas, entendam-se nossos erros, traquinagens, palavras baldias, causos, lembranças, textura, cor e cheiro de catrevagens nordestinas”, explica.

Perguntado sobre como analisa a contaminação de regiões sertanejas pelas novas tecnologias, Jessier concorda que é por meio delas que muita informação se dissemina pelos rincões, mas mantém uma ressalva. “Quando eu vejo - eu já cansei de ver por aqui - vaqueiro tangendo boi de moto, penso em uma cultura, que é a cultura do cavalo e do arreio, sendo ofuscada rapidamente”.
Observações sobre política, causos envolvendo matutos, descrições fotográficas da paisagem, alguns invencionices em forma de neologismo, Jessier segue a mesma cartilha de seus livros anteriores.

É o caso do poema “Caminhão de mudança” (“Um velho espalho já trincado mostra o azul do céu/ E o mundaréu ensolarado se faz carona/ Uma meia-lona sobreposta com o melhor arrojo/ Se faz de estojo pra relíquia da velha sanfona (...)”; “Malandro na Eleição” (Era uma vez um malandro/ Que fugiu da detenção/ em tempos longes, mofados/ de roubo e depravação/ De malandragem finória/ Daria até outra história/ não fosse a convocatória/ Duma bendita eleição”.

Um dos destaques do livro são as ilustrações do artista plástico e quadrinista paraibano Shiko. O seu traço urbano, com aquele estilo de grafitagem, combinou bem com a poesia matuta de Jessier.

A poesia para Jessier foi sempre uma arma contra a timidez. O domínio pleno de palco adveio de uma necessidade real da época da juventude. Desde os tempos do Colégio Diocesano Pio XI, em Campina Grande, quando o moço não se enturmava e se fazia apresentar quando punha o “tempero quiriniano” em poemas de Renato Caldas e José Laurentino, nas rodas que se faziam no pátio do recreio.

“Quando eu subo no palco é um personagem. Tanto é que eu não consigo manter o mesmo ritmo fora, não sou do mesmo jeito”, explica. “O pessoal da Globo quando me chamou para fazer a Pedra do Reino perguntou se eu já havia feito teatro alguma vez. Não, eu nunca fiz”.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp