CULTURA
Johnny Depp interpreta o criminoso adorado pelos americanos
Filme "Inimigos Públicos" estreia nesta quinta-feira (23) em João Pessoa. Ele interpreta o personagem real John Dillinger, um criminoso que ganhou aura de herói popular.
Publicado em 23/07/2009 às 12:01
Renato Félix, do Jornal da Paraíba
Michael Mann, Johnny Depp, filme de gângster. E, como cereja do bolo, Marion Cotillard. Os ingredientes para compor Inimigos Públicos (Public Enemies, Estados Unidos, 2009, estreia nesta quinta-feira em JP) são irresistíveis: esse time está reunido para recontar a trajetória do personagem real John Dillinger, um criminoso que ganhou aura de herói popular.
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Nos anos 1930, Dillinger era um assaltante de bancos, mas também considerado uma espécie de Robin Hood. O motivo é que ele só roubava bancos - e muitos culpavam os bancos pela Grande Depressão que assolava os Estados Unidos desde 1929. A expressão “inimigos públicos” surgiu na imprensa americana por causa dele e de outros que causavam fascínio e ganhavam as manchetes dos jornais pelos audaciosos assaltos cometidos, como Bonnie Parker & Clyde Barrow.
Depp é Dil-linger no filme de Michael Mann, com a história começando no momento em que o gângster sai da cadeia, onde ficou de 1924 a 1933. É aí que sua lenda começa, unindo-se a ex-presidiários cuja fuga havia facilitado de dentro e montando uma gangue. Marion Cotillard (que assombrou o mundo em Piaf - Um Hino ao Amor) é Billie, a namorada de Dillinger. Também estão no filme Christian Bale (como Melvin Purvis, o agente do FBI na caça a Dillinger), as sumidas Lili Taylor e Leelee Sobieski, além de, numa participação cantando, Diana Krall. Billy Crudup (o guitarrista de Quase Famosos) interpreta J. Edgar Hoover, diretor do FBI e chefe de Purvis.
Mann já paquerou o filme de gângster outras vezes antes do namoro sério em Inimigos Públicos. A produção do seriado Miami Vice (1984-1989) e a direção da versão para cinema (2006), além de Fogo contra Fogo (1995) e até Colateral (2004) bebe na fonte dos filmes do gênero feitos no calor da hora, nos anos 1930. Seu cinema é marcado pela intensidade e pelo requinte visual, vistos também em filmes como O Último dos Moicanos (1992) e O Informante (1999).
Agora, ele mergulha nos anos 1930 com um filme elogiado e que, no futuro, pode até ser incluído na gangue de clássicos da qual fazem parte Inimigo Público (1931) e Scarface (1932), depois Bonnie & Clyde (1967), O Poderoso Chefão (1972) e mais tarde Os Intocáveis (1987).
Embora a atmosfera dos anos 1930 seja fascinante em qualquer desses filmes, cada época teve sua razão para contar essas histórias reais, fictícias ou só vagamente baseadas em fatos verdadeiros - nos anos 1960, por exemplo, Bonnie & Clyde viraram símbolos da rebeldia jovem. Agora, em uma nova época de crise financeira, Dillinger seria de novo a vingança moral contra os bancos?
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