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CULTURA

Jornal da Paraíba entrevista Lô Borges

Cantor e compositor Lô Borges fala do seu trabalho em entrevista ao Jornal da Paraíba.

Publicado em 09/11/2011 às 6:30


Na Belo Horizonte dos anos 1970, quem era garoto e amava os Beatles e os Rolling Stones não precisava girar o mundo para cantar as coisas lindas da América.

Em um sobradinho da rua Sergipe, o lendário Clube da Esquina, toda a boemia mineira se reunia para cantar torto feito faca com Lennon, McCartney, Jagger e companhia.

Lô Borges tinha então seus 18 anos e caminhava pelas ruas de BH com seu violãozinho amarfanhado no ombro.

"Quando o pessoal me via de longe gritava: 'Lá vem aquele cara que toca Chico Buarque no violão'", conta Lô Borges em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.

"Aprendi o instrumento com a bossa nova, ouvindo João Gilberto, Dorival Caymmi e Tom Jobim. Eu era aquele músico conhecido por não ficar só no repertório internacional", lembra que, em 1972, foi convidado por Milton Nascimento para integrar um grupinho que transformaria a cena da então pacata Minas Gerais.

Quase 40 anos depois, Lô Borges descansou o violão do ombro e virou a esquina para ganhar novamente a estrada. Não é à toa que, na capa de Horizonte Vertical (Sony, R$ 24,90), ele aparece de costas, caminhando numa rodovia, perseguindo um instrumento que até então nunca tinha assumido completamente: o piano.

"O piano e o violão sempre foram irmãos gêmeos para mim. Quase todas as minhas composições se adequam perfeitamente aos dois instrumentos, mas o que determinou uma relação mais constante com o violão foi o fato de eu estar o tempo todo com ele no palco", explica.

O repertório também mudou. Tanto é que, pela primeira vez na carreira, Lô Borges se arrisca a compor em inglês na faixa 'On Venus', feita em parceria com Ronaldo Bastos.

"Achamos que o arranjo pedia alguns fonemas que não encontramos no português. Compor em inglês foi algo que nunca imaginei que me ocorreria, e também imagino que jamais vai se repetir novamente", avisa de antemão o compositor.

Se a influência dos Beatles finalmente bateu firme? "Sem dúvida", responde Lô Borges. "Eles já estavam em meu DNA musical e hoje percebo que me influenciaram tanto pela preocupação com a sofisticação da harmonia, que eu tinha no passado, quanto com a preocupação com a simplicidade harmônica, que tenho hoje".

Segundo Lô Borges, como grande parte das canções do Fab Four em sua primeira fase, o setlist de Horizonte Vertical é ideal para quem quer aprender melodias ao piano ou ao violão.

"Antigamente, eu precisava de um grande conjunto de ideias para produzir um álbum. Hoje, eu tenho maturidade para trazer à luz algo mais simplificado, lidar melhor com os imprevistos, não ficar me debatendo meses a fio colocando a harmonia em detrimento de todo o resto", confessa.

Prova disso é que o disco foi gravado em uma maratona de apenas oito meses em estúdio, período que Lô Borges desfrutou da companhia de seu filho Luca, de 13 anos, e da dupla de rebentos do amigo Samuel Rosa: Juliano, também de 13 anos, e Nanoca, de 11, que fazem o coro de algumas canções.

O registro, porém, não segue a moda adotada por projetos como o Música de Brinquedo, do Pato Fu (banda que, em Horizonte Vertical, está representada pela presença de sua vocalista, Fernanda Takai).

"A participação das crianças é algo episódico, como a letra em inglês também é. Não representa uma nova verve minha, apenas uma vontade de me comunicar com essa geração, que tenho visto que também acompanha minha trajetória recente", afirma o compositor.

"Sou um músico que começou nos anos 1970 e continua a trabalhar nos anos 2000. O que quis mostrar é que você não precisa necessariamente estar sempre olhando para o retrovisor para seguir seu caminho", filosofa.

"Foi muito inspirador conviver com os filhos do Samuel na idade que ele tinha quando era meu fã. Como também foi emocionante enviar as bases do disco para o Milton Nascimento e ter a surpresa de recebê-las com as vozes dele em 'Mantra bituca', que eu fiz justamente para homenageá-lo. Ele deve ter pensado: 'mexeu com o meu coração, então deixa eu mexer com o dele também'", diverte-se Lô Borges.

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Jornal da Paraíba

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