Legado para todos

Natural de Fortaleza (CE), Adelson Viana é acordeonista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical. Desde 2012, o músico é o produtor musical do tradicional Troféu Gonzagão, premiação que valoriza a cultura Nordestina, cuja edição acontecerá no dia 21 de maio, em Campina Grande.

Viana terá um motivo a mais para orquestrar o evento: o maior homenageado será Dominguinhos (1941-2013). “O seu último trabalho em estúdio (ainda inédito), ele fez comigo”, revela.

“Produzi e fiz arranjos de 20 músicas, sendo 10 delas inéditas”.

Apaixonado pelo choro da sanfona do pernambucano desde os 12 anos de idade, Adelson Viana relembra que o primeiro contato com Dominguinhos foi no final dos anos 1980, quando o acordeonista Waldonys se acidentou em uma de suas pilotagens de avião. Dominguinhos, então, o substituiu no palco.

“A partir daí, nos tornamos amigos”.

Dominguinhos chegou a dedicar uma música para Viana, um chorinho que posteriormente o próprio homenageado o batizou de ‘Do mestre ao discípulo’. “Depois o Fausto Nilo colocou a letra e Elba gravou como ‘Ilusão nada mais’".

BANDEIRA CONJUNTA

Para a nova edição do Troféu Gonzagão, Adelson Viana está convidando os pilares que até hoje continuam com a herança do homenageado, que estava planejado ser reverenciado pelo evento bem antes da sua morte, ocorrida em julho do ano passado. “Sinto-me bastante à vontade com a obra de Dominguinhos. Ele era um grande amigo”, comenta.

Dentre os que já confirmarão presença estão Elba Ramalho, Nando Cordel, o citado Waldonys, Chambinho do Acordeon, Dorgival Dantas, Terezinha do Acordeon, Cezzinha, Anastácia, Genário e Lucy Alves. “Vai ser fole demais”, adianta o diretor musical.

Na ocasião, o músico cearense aponta que um trecho de seis minutos do inédito documentário em longa-metragem Dominguinhos, dirigido por Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar, será exibido exclusivamente na cerimônia em Campina Grande.

No seu currículo, Adelson Viana passou 12 anos assinando a direção musical do também conterrâneo Raimundo Fagner, além de subir ao palco em shows de nomes como Zeca Baleiro e Naná Vasconcelos, entre outros.

Sobre um novo sucessor de Dominguinhos, o músico acha arriscado falar um nome apenas. “A bandeira está com todos nós. É bom que fortalece o movimento”, sentencia.