Lenine se apresenta nesta sexta-feira em João Pessoa

Há 2 anos sem visitar João Pessoa, que considera uma extensão de sua casa (pai e mãe são paraibanos), o pernambucano Lenine resolveu sair do protocolo no show que apresenta hoje, às 21h, em noite aberta no Ponto de Cem Réis por Júnior Cordeiro.

Segundo o compositor, o setlist que estava preparado com os hits da turnê 'Lenine.Doc' vai dar lugar a um novo repertório, acerca do qual o cantor e compositor prefere fazer mistério.

“Não tem jeito: tocar no Nordeste sempre é diferente, principalmente em Pernambuco e na Paraíba. Não seria justo com o meu público fazer um show convencional. Vou tocar um pouco de tudo, mas prefiro não antecipar nada não”, avisa Lenine, por telefone.

Divertido e aparentemente entusiasmado com a gravação de Chão (Universal, 2011), Lenine começa o ano mirando uma empreitada ambiciosa, que pretende proporcionar uma nova experiência sonora aos seus ouvintes cativos: shows realizados em teatros fechados, com equipamentos surround de alta tecnologia instalados na plateia.

“Devo estar estreando este show em março, em Recife (PE), por razões óbvias. Seremos somente eu e mais dois músicos no palco, e todos os meus esforços atuais estão focados no sentido de dar esta ambientação sonora ao Chão e adequar parte do meu antigo cancioneiro a este universo que estou criando”, confessa Lenine.

É de se esperar, pois, que o show de hoje, parte da programação do Estação do Som, seja um dos poucos que Lenine vá realizar este ano em palco aberto. Enveredar por um projeto intimista, entretanto, não significa exatamente que vamos encontrá-lo em breve em um registro em DVD.

“Nunca fiz esta coisa de lançar um DVD como um adendo ao CD.

Pode ser que o caráter deste show nos leve a um DVD, como também pode ser que não. Não é nada garantido ainda”, hesita Lenine, que desde 2004 vinha mantendo uma periodicidade trienal em vídeo: tradição interrompida com Breu, de 2007.

CLONE PARAIBANO
Quem prepara o público pessoense para a apresentação de Lenine é Júnior Cordeiro, cantor e compositor paraibano que aproveita a ocasião para lançar o seu segundo CD, O Lago Misterioso. A afinidade com Lenine está na aparência física e no trabalho, que bebe da mesma fonte que inspirou o 'falange canibal'.

“Mas eu não sou exemplo para ninguém”, admira-se Lenine quando informado sobre o exército de seguidores que recrutou desde seu aparecimento na cena pernambucana. "Sou só um velhinho por lá", brinca modestramente quem divide seu brasão com nomes como Lula Queiroga, outro "velhinho" que o escolheu como parceiro e que também acaba de se lançar novamente nas prateleiras.

“Sou muito curioso e atento quando se trata de música e percebo que a nova geração deposita uma confiança muito grande na gente. Mas eu não consigo me distanciar tanto de meu trabalho a ponto de afirmar que tipo de legado deixei para esta nova geração. Tento corresponder acreditando, como todo artista acredita, que a música tem um papel histórico e algo importante a dizer. Me dedico inteiramente à música. Cada CD pra mim é uma final de campeonato”.