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CULTURA

Leo Gandelman lança primeiro trabalho autoral em 7 anos

Artista busca inspiração no samba jazz brasileiro dos anos 1960

Publicado em 26/08/2012 às 8:00

É no empoeirado samba jazz brasuca dos anos 1960 que Leo Gandelman, um dos mais destacados saxofonistas do país, vai buscar referências para Vip Vop, seu primeiro trabalho autoral em 7 anos, lançado agora no Brasil, em CD e DVD pelo selo do artista, o Sax Samba.

Vip Vop foi gravado em março de 2011 e lançado originalmente em maio deste ano pelo selo britânico Far Out, especializado em música brasileira. Com a máster de dez faixas nas mãos, a gravadora concebeu a arte que ilustra tanto o CD quanto o DVD.

É uma arte que evoca as clássicas capas da gravadora Blue Note, mas também um pouco do colorido vintage dos LPs brasileiros de 50, 60 anos atrás.

“Eu tinha pensado em fazer uma capa diferente”, comenta Leo Gandelman, por telefone. “Mas a concepção deles ficou tão legal que eu não consegui mais largá-la”, acrescenta o saxofonista, um ex-fotógrafo que antes de se lançar na música, abrigou um colega paraibano recém-saído de João Pessoa, apresentou-lhe a irmã e, pouco tempo depois, tornou-se seu cunhado: Walter Carvalho.

Ainda como nos antigos discos de jazz e música brasileira de antigamente, o encarte traz um texto, mas um texto assinado pelo ex-baterista dos Titãs e hoje um dos responsáveis pela memória discográfica do país, Charles Gavin. “Quando ouvimos e assistimos Vip Vop, ouvimos e assistimos também a arte de Tom Jobim, João Gilberto, Moacir Santos, Luiz Eça, Roberto Menescal, J.T. Meirelles, Victor Assis Brasil, Edison Machado, Milton Banana, Johny Alf, João Donato, Paulo Moura e muitos outros”, diz um trecho.

Composto a quatro mãos com o jovem pianista David Feldman, Leo Gandelman diz que o Vip Vop traduz sua visão pessoal sobre a música brasileira das décadas de 50 e 60, em especial aquela produzida no Rio de Janeiro, que exportou para o mundo o samba jazz e a bossa nova.

“Vip vem de Very Important People e Vop, de Very Ordinary People. Eu costumo dizer que ninguém é totalmente Vip, nem totalmente Vop... é uma alusão a Andy Wahol, que disse que um dia todo mundo teria 15 minutos de fama. Não tem muito a ver com a música em si não, a não ser um jogo de palavras que brinca com bebop, hip-hop...”, explica.

Das dez faixas, nove são creditadas a ele e a Feldman, e além de olharem para o passado, vão buscar inspiração no hard bop.

“Esse disco tem a ver com samba jazz, mas eu confesso que me inspirei também no hard bop, que é aquele jazz voltado para o groove”, comenta, elencando algumas referências do gênero, como Horace Silver, Grant Green e Cannobal Hardley.

“Tudo surgiu da melodia”, prossegue o saxofonista. “Eu comecei compondo melodias e apresentando as ideias ao David e assim a gente ia dando forma às músicas. Eu gosto muito de compor com um interlocutor. Para mim, compor é mais um diálogo do que um exercício solitário”.

E assim nasceram a explosiva faixa de abertura (‘Sinal vermelho’), a abolerada ‘Alma cubana’ e a balada ‘Luz azul’, além da suingada faixa-título, que receberam, muito bem, a única releitura do álbum: ‘Reza’, parceria de Edu Lobo e Ruy Guerra. “Eu toquei muito tempo com o (trompetista) Márcio Montarroyos e essa era uma música que ele gostava muito. Foi minha homenagem a ele”, revela. Montarroyos morreu em dezembro de 2007, em decorrência de um câncer. Além de Gandelman, tocou com Sérgio Mendes, Tom Jobim e Ella Fitzgerald.

Pelo DVD, é possível conhecer a ideia geral do trabalho, gravado “ao vivo no estúdio” por um time de feras: Serginho Trombone, Alberto Continentino (baixo) e Rafael Barata (bateria), além de Gandelman no sax e Feldman ao piano.

Um ano depois, com todo mundo afinado no repertório, o quinteto subiu ao palco do Teatro Municipal de Niterói e fez o registro da apresentação que está registrada no DVD, com imagens em branco-e-preto e mixagem em 5.1 DTS.

“O DVD saiu meio que ao acaso”, diz. “Eu tinha chamado o (diretor) Pedro Von Krüger para fazer uma cobertura audiovisual, imaginando que dali sairia alguns clipes para o YouTube, essas coisas. Mas quando ele me mostrou, o resultado ficou tão bom que eu disse: aí tem um produto, e me desdobrei para fazer a pós-produção e lançar esse DVD aí”. O belo registro de um momento inspirado.

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Jornal da Paraíba

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