Livro de Solha ganha o palco

O romance A Canga (1975), de W. J. Solha, já foi adaptado para o cinema por Marcus Vilar no curta-metragem homônimo de 2001.

Agora é a vez de a história ser recontada nos palcos: o espetáculo teatral A Canga, do Movimento de Cultura Artística (Moca), estreia hoje em João Pessoa e fica em cartaz no Teatro Lima Penante até a próxima semana. As sessões são sempre às sextas, sábados e domingos, às 20h, e os ingressos custam R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia).

Esta é a quarta peça dirigida por João Batista, que conheceu a obra primeiro através do audiovisual: ele é funcionário do Nudoc - Núcleo de Documentação Cinematográfica da UFPB. "A inspiração foi por conta do filme", conta Batista, que procurou o livro e então preparou uma adaptação que foi supervisionada pelo próprio Solha.

"Ele leu e aprovou, e só aí eu comecei o processo de encenação", revela. "Eu queria montar um texto que fosse mais local, mais nosso. Me preocupo bastante com essa questão da autorização."

Em sua carreira dedicada ao teatro, Batista já trabalhou com dramaturgos como Fernando Teixeira (em Parceiros, onde misturava a dramaturgia do paraibano com referências de Nelson Rodrigues), João Costa (Orquídeas Vermelhas para Casal) e Bento Júnior (Solidão Alucinante).

A Canga narra a história de uma família sertaneja que é obrigada pelo patriarca Ascenço Teixeira a arar a terra seca e esturricada com uma canga de boi. O conflito familiar se agrava em meio à falta de chuva e de perspectivas.

O Moca colabora com a Campanha da Semana da Criança, promovida pela Associação Pestalozzi, e está solicitando do público a doação de brinquedos.