CULTURA
Luiz Carlos Vasconcelos fala ao Jornal da Paraíba sobre novo filme
Ator paraibano é o protagonista do filme "O Homem Mau Dorme Bem". Longa metragem, dirigido pelo cineasta Geraldo Moraes, participará do Cine PE.
Publicado em 17/04/2010 às 9:59
Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba
Quem já teve oportunidade de fazer uma oficina ou estar em sala de ensaio com Luiz Carlos Vasconcelos sabe que ele é um diretor com uma presença muito forte. Tem uma mão muito firme na condução dos trabalhos. Só que, além de ser um dos grandes encenadores brasileiros, o paraibano é, também, um ator bastante requisitado, sobretudo no cinema.
Há anos encantando as crianças com o casmurro palhaço Xuxu, Luiz Carlos, em seu mais recente trabalho no cinema, também interpreta um palhaço. O personagem é o protagonista do inédito O Homem Mau Dorme Bem, produção dirigida pelo cineasta Geraldo Moraes e que ainda tem no elenco outro paraibano, Everaldo Pontes.
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Rodado em várias localidades do Mato Grosso, o filme, que participou do Festival de Brasília no passado, será exibido na mostra competitiva do ‘Cine PE’, em Recife, no dia 27 deste mês. A reportagem conversou com Luiz Carlos Vasconcelos que estava em Porto Alegre, participando do II Encontro de Teatro de Rua.
Em entrevistas concedidas, o diretor Geraldo Moraes evita dar maiores detalhes. A proposta é mesmo pegar o espectador na surpresa. A ação se passa em vários tempos e tem como ambiente um posto de gasolina.
“Eu tive a oportunidade de trabalhar com esse personagem em vários tempos e em várias facetas”, confirma Luiz Carlos, que se segurou para não revelar mais detalhes do filme.
Quem narra a película é um personagem que o diretor não quer revelar quem é. Há uma vingança a ser realizada. Há outra questão relativa ao garimpo. Quem viu o filme escreveu que a direção não facilita as coisas, não deixa tudo prontinho para o espectador. Não há, por exemplo, indicações que marquem as várias passagens de tempo da trama.
Com mais de uma década de uma brilhante carreira no cinema, Luiz Carlos Vasconcelos foi dirigido pelos principais cineastas brasileiros: Walter Salles, Hector Babenco, Luiz Fernando Carvalho e Andrucha Waddington. Isso sem falar em diversos preparados de elenco.
Por ser Luiz Carlos um diretor de teatro de posições firmes, perguntei se ele, como ator, vivenciava algum conflito. O paraibano respondeu que não havia conflito nenhum, que a relação era diferente da que se estabelecia no teatro. “Eu me ponho inteiramente nas mãos do diretor”, conta. Da mesma forma como você gostaria que os atores fizessem com você? “Isso aí é você quem está dizendo”, rebateu, entre risos.
Provocações à parte, Luiz Carlos lembra que no set de filmagens, não se anula como encenador e que também faz sugestões. “Quando a cena é comigo, eu tenho mais dificuldade”, explica.
Em O Homem Mau Dorme Bem, o lado “encenador” de Luiz também veio à tona. “Eu estava na contracena, a atriz precisava chorar, tocava o realejo para ela, então, percebi a dificuldade, fui sugerindo um outro texto, o diretor foi gravando... e deu certo”.
Algum desejo em ser diretor de cinema? Luiz confirmou a intenção e esclareceu: “Quando eu conheci o conto Sarapalha, no final da década de 1970, a ideia, inicialmente, era fazer um curta”, recorda. “Mas o cachorro era um impedimento. Até que eu pensei: por que não um ator fazer o cachorro? Aí, sim, vi que era para fazer a adaptação para o teatro”.
Falando não só em seu próprio nome, mas da companhia teatral que dirige, Luiz Carlos vê como “um caminho natural” a Piollin enveredar por uma experimentação pela sétima arte. “Até pela experiência dos demais atores, como o próprio Everaldo Vasconcelos, acredito que brevemente vamos dialogar com essa nossa inquietude com o cinema”.
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